Coluna da Maga
Magali Moraes: dia de preguiça
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Antes que a semana tome conta de você, lembre que existem os dias de preguiça. Eles servem justamente pra equilibrar a correria. Às vezes, nem é um dia inteiro. Pode ser um turno ou até um par de horas em que a gente se permite diminuir o ritmo. Coisa boa parar e respirar. Esse se permitir é o segredo. Que seja só um momento de preguiça. Esticar o corpo com uma baita espreguiçada antes de pular da cama, por exemplo. Aí vale a pena colocar o alarme pra cinco minutinhos antes.
É que a preguiça precisa de tempo pra acontecer. Entre uma tarefa e outra, passar um café e tomar devagar cada gole (a vida que espere). Um dia de preguiça pode ser planejado e esperado, como um domingo sem nada pra fazer. Ou pode cair de repente no nosso colo, como um compromisso cancelado. Oba, deixa bater a preguiça. Ninguém vai te julgar, e cada um que cuide de si. Preguiçar é desacelerar o cérebro. Olhar pro nada ou fechar os olhos só um pouquinho pra relaxar.
Almofadas
Dias nublados são a cara da preguiça. Se acrescentar barulho de chuva, fica irresistível. Uma música calma, uma cadeira que reclina, uma rede balançando, um sofá confortável e cheio de almofadas: tudo é convite pra preguiçar. Mas tem algo que é imbatível: bocejar. E você sabe, um bocejo nunca vem sozinho. Quando vê, o que era pra ser uma tarde produtiva vira preguiça das boas. Acontece de um dia de trabalho virar um dia de preguiça. A gente procrastina, tudo distrai, parece que não rende.
Amanhã se recupera. Um dia de preguiça não pode ser regra, é a exceção. Então aproveita, que logo a rotina te ocupa. Favor não confundir com os preguiçosos de plantão, aquele tipo de pessoa que já nasceu cansada e sem ânimo. Que malandramente se atira nas cordas e não toma jeito na vida. Nesse caso, todos os dias são meio perdidos. É a preguiça que puxa pra baixo, limita e incomoda. Pra você, o que seria um dia perfeito de preguiça? Que seja uma noite, como a de hoje.