Coluna da Maga
Magali Moraes e a dor de dente
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Que dor incomoda mais? Depende da tolerância de cada um. Mas tem uma que é tinhosa: a dor de dente. Feliz de quem nunca sentiu (o dia vai chegar). Quando ela aparece, o sorriso desaparece. Pode surgir de repente. Ou dar pistas de que está vindo. Uma ferroada estranha, uma pressão ao mastigar, o desconforto com a temperatura daquele suco gelado que trinca a alma. Uma dorzinha chata e debochada que vai e vem. A gente acha que passou. Que nada, tá apenas começando.
Já deu pra entender, né? Estou com dor de dente. Marinada em analgésicos, como um frango que espera a hora derradeira de ir pro forno (no caso, a cadeira do dentista). Preciso aguardar o resultado de um exame que vai definir os próximos passos. Assim no plural, nunca é tão rápido de resolver. O final de semana foi tenso. Essa dor atrapalhou o meu maior passatempo, que é comer. Parece simples mastigar apenas num lado da boca, o problema é se distrair e gemer de dor.
Bruxismo
Eu cuido muito dos meus dentes. Detalhe: tenho Bruxismo, o ranger noturno (e até diurno) por ansiedade que causa estragos profundos na arcada dentária. Por mais que eu use sempre uma placa pra dormir, parte da encrenca já foi feita no passado. Agora junte obturações antigas que fragilizam os dentes. Na época da minha infância, era comum as crianças terem várias cáries. Só na metade dos anos 1970 é que virou obrigatório no Brasil colocarem flúor nas águas das estações de tratamento.
Ainda tem dois fatores: azar e imprevisto. Morder algo e quebrar um dente bom. Me dói só de pensar. Tomara que você não tenha medo de dentista porque é ele (ou ela) quem vai te salvar. Fecha os olhos, mentaliza um campo florido com unicórnios saltitantes e deixa o profissional trabalhar. Já inventaram a anestesia, lembra? E cada vez mais criam novas tecnologias. Tô aqui fazendo força pra sorrir. Fica o recado: cuida bem dos teus dentes. Se cuidando dá treta, imagina só contando com a sorte.