Coluna da Maga
Magali Moraes: festeiros e caseiros
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Chegou outubro, mês que é sinônimo de comemoração na minha família. Semana que vem, faço aniversário junto com meus irmãos numa escadinha de datas que nunca vi igual: 11, 12 e 13. Dessa vez, meu dia cairá numa sexta-feira 13. Foi assim lá em 1967, quando enchi meus pulmões de ar pela primeira vez e gritei (alto, provavelmente). Sorte grande a minha. Nasci com saúde e cercada de amor, cresci fazendo amigos e convivendo com pessoas incríveis. Sem chance pro azar.
Por mais que eu tenha consciência da importância de comemorar mais um ano de vida, não gosto de fazer nem festinha nem festão. Taí um traço que me define, sou da turma dos caseiros. Claro que vai ter parabéns, velinhas pra soprar, balões, brindes, abraços, comilança. A diferença é que os convidados são sempre os mesmos, o pessoal de casa. Só de pensar em inventar algo maior, já me estresso. Sei que vou ficar preocupada com basicamente tudo, mal vou sentar, relaxar e aproveitar a noite.
Sorriso
Pode me internar, o meu caso é sério e já dura 55 anos. Agora se alguém me convidar pra qualquer tipo de viagem ou sair pra jantar, pensa num sorriso gigante. A disposição que tenho pra fazer um milhão de coisas juntas e separadas, me falta no setor festivo. Perdi essa aula. Adoro ir nos aniversários das amigas e de familiares, realmente admiro os festeiros. No meu caso, empaco. Fazendo uma retrospectiva mental, acho até que já fui pior. Hoje em dia, me animo um pouquinho mais.
Daí é como aquela piada: eu sento e espero a vontade passar. Talvez seja uma falha genética. Ou em outras vidas fiz tanta festa, que já gastei toda a cota. Posso ter sido uma rainha que promovia maravilhosos bailes de lotar o palácio. Ou uma diplomata, e frequentei incontáveis festas pra líderes mundiais. Quem sabe já fui uma espécie de GKay e fiz Farofas memoráveis. Esquece. Melhor focar no agora. Vou comemorar na santa paz. Tanto pra agradecer, que só isso já me ocupa.