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Coluna da Maga

Magali Moraes: saudade do Brique

Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

30/10/2023 - 09h00min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Fazia muitos anos que eu não ia no Brique da Redenção. É um programa clássico de domingo aqui em Porto Alegre. A gente não paga nada pra entrar no túnel do tempo. Até quem passeia prestando mais atenção no seu chimas do que nas barraquinhas ao redor vai acabar batendo os olhos num objeto que leva imediatamente pra décadas passadas. A terapia também faz voltar à infância, mas eu desconfio que o Brique oferece um jeito mais divertido e inocente de se sentir piá de novo.

Não é só infância, não. Me enxerguei em uma linha do tempo que mostrava diferentes eus, sem seguir uma ordem cronológica. Brinquedos que eu amava, como as bonecas Fofolete (edição limitada de Natal). ET,  Popeye, Olívia Palito e Brutus. Soldadinhos de plástico, revistas da adolescência e gibis que toda criança tinha em casa. Oi, Zé Carioca! Que saudade, Luluzinha! E também brinquedos que marcaram a infância dos meus filhos. Não tem como não sorrir ao reencontrar fases tão gostosas. 

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Fita K7

Livros de piadas que envelheceram mal. Tecnologia da velha guarda como telefones de discar, gravadores de fita K7, máquinas de escrever e ferros mega pesados que parecem objetos de tortura. Raridades como chinelos e misturadores de bebidas dos voos da Varig. Fiquei de olho num taxímetro que daria um belo objeto de decoração. E amei rever o secador de cabelo Arno que cresceu comigo: todo rosa, com uma touca grande que prendia num tubo flexível e vinha dentro de uma maleta. 

A magia acaba ao olhar os preços: tudo isso?!? Até quanto se paga por um objeto com memória afetiva e sem utilidade na prática? Antiguidade bem conservada tem custo alto. Mas as quinquilharias, se tivessem um valor mais acessível, seriam compradas por impulso. Vendo as louças antigas, percebi que todos nós temos um brique em casa. É só procurar no fundo dos armários e desapegar. Se dá dinheiro, eu não sei. Mas daria um bom espaço se livrar do que a gente acumula e nem usa mais.



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