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Michele Pradella: "Piscou... o ano acabou!"

Todas as quartas-feiras, jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano

04/10/2023 - 10h33min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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Agência RBS / Agência RBS
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Conversas de elevador ou fila de banco seguem os mesmos roteiros. O primeiro tópico mais discutido, obviamente, é o tempo: “E essa chuva que não para?”. O segundo assunto mais abordado também é o tempo, mas não o climático. É o tempo que transforma segundos em minutos, minutos em horas, horas em dias, até que percebemos que já é outubro, o antepenúltimo mês de 2023. Aí, deve ter muita gente comentando: “Nossa, esse ano passou voando!”.

A verdade é que, ainda que a impressão seja de que o tempo passa cada vez mais depressa, os ponteiros do relógio continuam no mesmo ritmo de sempre. Por que, então, temos a sensação de que os dias passam mais rápido do que o Usain Bolt? Minha teoria é de que não é o ponteiro do relógio que está correndo, somos nós. E quem dá um empurrãozinho na nossa maratona diária é a tecnologia, que tanto nos ajuda quanto nos adoece.

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Quando as únicas fontes de informações eram o rádio, a TV e o jornal impresso, não tinha jeito. Recebíamos atualizações do mundo com um atraso de minutos, horas e até dias. Corta para 2023. É quase impossível ficar longe do celular, que não sai da nossa mão nem quando vamos ao banheiro (quem nunca?), nos deixa conectados ao mundo em tempo real, com a possibilidade de compartilhar, curtir e comentar sobre as últimas separações do mundo artístico, os escândalos políticos, as tragédias climáticas, os casos de violência, as guerras. 

Esse excesso de conteúdo sobrecarrega nosso cérebro, que não consegue desligar nem um segundo. Basta um dia sem olhar para a telinha, já surge a sensação de que perdemos uma porção de acontecimentos. Nessa ânsia de estarmos sempre atualizados, a vida vai seguindo seu curso. O tempo continua no mesmo ritmo, nós que não o vemos passar. Enquanto estamos recebendo uma overdose de informações, nem ouvimos o tic-tac do relógio.

O tempo não mudou sua velocidade. Talvez sejamos nós que tenhamos que desacelerar.



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