Na entrada da Capital
Motoristas tentam driblar congestionamentos causados pelas obras na freeway utilizando o acostamento
Em ação da Polícia Rodoviária Federal, 27 condutores foram autuados em um período de uma hora
Em meio à lentidão na chegada a Porto Alegre motivada pelas obras da CCR Via Sul, motoristas têm utilizado o acostamento como forma de evitar o congestionamento durante os horários de pico. A medida é considerada uma infração gravíssima de trânsito e pode acarretar multas que chegam a R$ 1.250.
Desde agosto, a CCR Via Sul, concessionária responsável pela administração da freeway, realiza oito intervenções em quatro pontos no trecho entre Porto Alegre e Gravataí. Tratam-se de obras em ponte e viadutos que acabam bloqueando até duas faixas nos dois sentidos e restringem a trafegabilidade.
Como consequência, o movimento acaba se afunilando, gerando quilômetros de lentidão no início da manhã e no final da tarde. Em meio a esse cenário, alguns motoristas buscam levar vantagem e acabam desrespeitando as leis de trânsito.
GZH acompanhou uma ação da Polícia Rodoviária Federal na manhã desta segunda-feira (30) próximo ao entroncamento com a Avenida Assis Brasil. O segmento é um dos mais congestionados em horários de pico, por ser uma rota comum de quem sai de Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada e zona norte de Porto Alegre em direção ao centro da Capital.
Entre 7h30min e 8h30min, 27 condutores foram flagrados e multados pela PRF por trafegarem em área proibida. Um deles foi o pedreiro Elçon Lubenow, 52 anos. Ele justifica que estava quase sem gasolina, e utilizou a faixa extra para chegar mais rápido a um posto de combustíveis.
— Usei o acostamento porque tava sem gasolina, né? Então tive que tocar um pouquinho mais. Sabe como é que é, às vezes acontece — confessa Elçon, que diz ter cometido a infração pela primeira vez.
Outros motoristas que foram parados pelos policiais, mas que preferiram não dar entrevistas, disseram ter andado no acostamento por estarem atrasados ou até mesmo por não gostarem de ficar parados. Todos eles, no entanto, disseram saber que o uso é proibido.
— As obras estão bem sinalizadas, foi feito um trabalho com a imprensa local, então todo o pessoal que mora em Gravataí e Cachoeirinha e que vem trabalhar em Porto Alegre está ciente dessa obra. Eles informam que estão com pressa, atrasados, mas infelizmente o risco que traz é maior, porque tem gente que desce do carro para usar o acostamento para fazer alguma coisa, não vê o carro transitando e acaba sendo atropelado — afirma o chefe substituto da Comunicação Social da PRF, Laudson Viegas.
Em alguns casos, os veículos seguiam pelo acostamento como forma de manter a fluidez, o que acarreta em uma multa de R$ 880,41. Já outros utilizam o espaço para realizar ultrapassagens. Nessas situações, a infração é considerada ainda mais grave, e o condutor pode pagar um valor de R$ 1.250.
Quando o acostamento pode ser liberado?
O acostamento pode ser liberado caso a polícia e concessionária avaliem ser necessário. Este cenário é muito comum em feriados e finais de semana de verão, em que o fluxo entre a Região Metropolitana e o Litoral Norte é mais intenso. No entanto, durante a execução das obras, a medida não está sendo adotada por questões de segurança.
— Essa liberação tem alguns requisitos. Um deles é que não pode ter obras no trecho. Existem funcionários trabalhando, e a gente não pode liberar por risco de causar um atropelamento — explica.
A previsão da CCR Via Sul é que os trabalhos sejam concluídos até o final de novembro, antes do início da Operação Verão.