Com uma trajetória que já soma 22 anos de dedicação ao muay thai, Francisco Trois, 41 anos, também conhecido como Mestre Kiko, acumula 45 campeonatos e saiu vitorioso em 37 deles. Agora, o morador de Canoas tenta, pela primeira vez, disputar o pódio mundial, que acontece na Tailândia. A expectativa é de arrecadar cerca de R$ 15 mil para custear passagens, hospedagem e alimentação no país. 

O campeonato recebe o nome de Amazing Muaythai Festival e acontece entre os dias 2 e 5 de fevereiro. No entanto, o atleta pretende embarcar no dia 27 de janeiro para poder se dedicar aos treinos finais antes de subir ao ringue. 

Para chegar à fase final da competição, Francisco precisou vencer etapas anteriores. Em julho, conquistou o primeiro lugar na competição estadual, que aconteceu em Sapucaia do Sul. Em outubro, foi a vez de vencer o campeonato nacional de muay thai, que aconteceu no mesmo município. 

Realizações 

Não é a primeira vez que o atleta se classifica para a etapa final da disputa. Em 2005, Francisco foi campeão sul-americano de muay thai em Montevidéu, no Uruguai. O que abriu portas para a disputa do campeonato mundial na Tailândia. No entanto, não conseguiu reunir o valor total necessário para custear a viagem. 

– Na época eu estava lutando havia cinco anos e até dava umas aulas (de muay thai), mas não vivia do esporte. Trabalhava como torneiro mecânico, então foi difícil – explica. 

Atualmente, Francisco trabalha dando aulas de muay thai, boxe e kickboxing. Ele é proprietário de uma academia de lutas e ensina cerca de 50 alunos, de todas as faixas-etárias: – O mais jovem tem oito anos e o mais velho 63. Gosto do meu trabalho, ensino sobre o esporte há 19 anos. 

Do seu quadro de alunos, também treina competidores. Dez campeões de lutas já passaram pela sua academia. O atleta comenta que sempre estimula os alunos a participarem de eventos de competição. 

Incentivo 

Foi o pai, que faleceu em 2021, aos 76 anos, quem incentivou Francisco a entrar no mundo das lutas. O pai, José Antônio Trois, praticava boxe e sempre o convidava para experimentar a modalidade. Foi assim que o atleta acabou conhecendo o esporte: 

– Ele não lutava profissionalmente, mas gostava bastante de praticar. 

Um campeonato, em especial, marcou a trajetória de Francisco. Em 2021, no momento em que estava disputando o pódio estadual daquele ano, que também foi em Sapucaia do Sul, seu pai estava internado por complicações no pulmão. E faleceu cinco dias após sua vitória na competição. 

– Estava com uma lesão no braço, mas ainda assim lutei. Venci o campeonato por ele, foi uma homenagem ao meu pai – relembra.

Como ajudar

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Produção: Nikelly de Souza