Coluna da Maga
Magali Moraes e a colonoscopia
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Seu dia vai chegar, aguarde. O meu deveria ter sido há seis anos, quando completei 50. Mas sabe como é, a gente vai enrolando até criar vergonha na cara. Colonoscopia é quase uma lenda urbana: quem fez tem sempre alguma história pra te assustar. Sabe qual é o novo normal? Aproveitar a sedação e fazer endoscopia junto. Literalmente, te examinam de cabo a rabo. Não fui eu que inventei esse ditado, mas ele serviu como uma luva cirúrgica de látex para procedimentos médicos.
Descobri que hoje em dia se pede colonoscopia a partir dos 45. A função em si não se vê: estamos nanando. É um exame preventivo importante pra investigar o intestino e retirar pólipos que podem ser câncer. A parte chata é o preparo. Dois dias antes, tem que seguir uma dieta com alimentos que não deixam resíduos. Primeiro sólidos como polvilho, merengue, miojo sem o tempero, ovo, frango grelhado, gelatina de cores claras. Depois só líquidos. E de acompanhamento, um cardápio de laxantes.
Trono
Fiz anteontem, e sobrevivi pra contar. O bicho pega na noite anterior ao exame. Daí vem a manhã de rainha no trono. Socorro, Manitol. Cogitei ir de fralda até lá. Não fui, mas levei uma muda de roupa (que voltou na mochila). Em casa, estamos a sós nas restrições alimentares e sofrência intestinal. Chegando no local do exame, a gente encontra uma turma que também seguiu o passo a passo. Todo mundo com o mesmo look hospitalar, a mesma vontade de terminar logo e evacuar o recinto.
Amigas e amigos leitores, não tenham medo de fazer colonoscopia (com ou sem endoscopia). É a ciência a nosso favor. Temos a chance de nos antecipar e evitar o desenvolvimento de uma doença. No meu caso, a médica retirou um pólipo benigno. Terei que repetir o exame daqui a três anos, e não em dez. Já marquei na agenda de 2026 esse compromisso. Viva o lencinho umedecido, que dá dignidade e um toque de carinho. No laudo, vem a qualidade do preparo: ótima! Fiz minha parte.