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Coluna da Maga

Magali Moraes e a tal Black Friday

Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

20/11/2023 - 05h00min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Era pra ser só um dia: a sexta logo após o Thanksgiving (Dia de Ação de Graças) que se comemora na quarta quinta-feira de novembro. Era pra ser só nos Estados Unidos. Claro que a gente copiou a ideia, e deu uma turbinada. Aqui, a Black Friday começou nas compras on-line. Depois espalhou por todas as vitrines possíveis e pode durar o mês inteiro. Inclusive ela pode surgir em qualquer período de baixa no varejo, disfarçada de um nome engraçadinho pra se achar que já é novembro.

A gente sabe que nada é tão barato quanto o prometido, Black Friday é a frustração vencendo as expectativas. Tudo pela metade do dobro, como já concluiu algum sábio estudioso no assunto. Enquanto aquela promoção simplesmente incrível e arrasadora não cai no nosso colo, vamos nos distraindo com uma ofertinha aqui e outra ali. Bora estocar sabonete pra ter a sensação de sair ganhando, mesmo que sejam poucos centavos de diferença. Cada um grita mais alto suas vantagens imperdíveis.

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Armadilhas

O negócio é fingir que não vê, fugir pras montanhas, ignorar as falsas promessas pra não cair nas armadilhas. Haja foco e disciplina! Como resistir e não dar aquela conferidinha básica nos pacotes de viagens, nas geladeiras e lançamentos de airfryer? Já que o ser humano é a contradição em pessoa, o que acontece é o clássico: quem não tem dinheiro gasta além da conta, e quem tem uma grana guardada (porque sabe economizar) não gasta. Pelo menos, não como poderia.

Meu ponto fraco são tantos, melhor nem pensar que já é Black Friday. Se tudo der certo, eu passo reto por ela. Sem desviar numa ofertinha mara de perfume e batom, sem comprar vinhos e livros, sem me jogar em coisas lindas pra casa. Preciso me manter firme e resistir. O problema é que o Natal tá logo ali, outro escoadouro de dinheiro. E depois o verão, com seus sonhos fresquinhos de consumo. Bléqui, faça o favor de não chegar muito perto de mim. Vade retro. Termine logo. Desapareça.



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