Coluna da Maga
Magali Moraes e o show da vida
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Não é sobre o Fantástico, vou logo avisando. É sobre shows, em especial aqueles super esperados pelos fãs, das bandas que marcaram sua infância, adolescência e – por que não? – trazem uma pausa de magia à rotina de adulto. Não sai barato essa brincadeira de realizar sonhos. Mas quando se trata de ir ao show da vida, é a memória afetiva quem faz o Pix ou gentilmente oferece o cartão de crédito. Antes de julgar, lembre-se que julgar as escolhas dos outros é algo que caiu em desuso.
Mesmo com tanta gente morrendo de fome? Com essas guerras absurdas? Com o apocalipse climático que vimos essa semana de quase 50 graus no Rio de Janeiro e depois granizo e inundação? Com até famosas como a Ana Hickmann sofrendo violência doméstica? Com o risco de ter um arrastão na saída do show? Sim, com certeza! As pessoas fazem loucuras pra ficar a poucos metros dos seus ídolos, só pra sentir um quentinho no coração enquanto o mundo parece estar muito mais louco.
Investir
Depois de anos, voltei a ir a shows. Teve uma pandemia no meio, teve tanta coisa acontecendo até eu me permitir investir um dinheirinho em música e arte. O show da vida eu já fui – nem era pra ser tudo isso, mas acabou sendo. E tomara que eu ainda consiga ir a muitos shows que me tragam alegria e inspiração. Sábado passado, no meio da chuvarada aqui em Porto Alegre, os corajosos saíram de casa pra ver ou o Zeca Pagodinho no Araújo Viana ou o cantor uruguaio Jorge Drexler no Gigantinho.
Escolhi treinar meu espanhol com o Drexler e aplaudir seu carisma, talento e as letras perfeitas que eu queria ter escrito. Ontem, a vibe mudou. Fui num showzaço de rock na Arena: a banda californiana Red Hot Chili Peppers. Acho que era saudade de show. O perrengue faz parte: chegar cedo, filas, muvuca na volta pra casa. Além de torcer pra que a expectativa seja atendida. Quando as luzes se apagam e o show começa, embarcamos numa viagem sonora. A vida real que espere lá fora.