Coluna da Maga
Magali Moraes e os bons modos
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Era assim que a gente da minha geração aprendia quando pequeno. Ter bons modos significava se portar bem dentro de casa e principalmente fora dela. Aquela etiqueta social básica de dar bom dia e boa noite. Dizer obrigado, com licença e por favor. Além de regrinhas que estabeleciam com clareza o que era certo e o que era errado, como não pegar pra si o que não era seu. Pequenas lições diárias de educação, caráter e ética, onde o que funcionava de fato era ter bons exemplos.
Hoje em dia, se vê cada barbaridade por aí. Me pergunto o que essa turma aprendeu em casa? Um esbarrão forte na rua, e nenhum pedido de desculpa. Nem um mísero sorrisinho sem graça. Jogar lixo na calçada? A vergonha alheia. O que custa segurar na mão até encontrar uma lixeira? Falando nisso, tem a aventura de ir ao banheiro em locais públicos. Nem o restaurante chique escapa. No salão, os bonitos fazem pose. Lá no banheiro, parece que vai cair o dedo se puxarem a descarga.
Lua
Segurar a porta do elevador pra alguém? Capaz. Cumprimentar os vizinhos? Depende da Lua. Tenho um que oficialmente vira a cara. E você sabe, grosseria gera grosseria. Por que eu vou perder meu precioso tempo esperando algum traço de boa educação que nunca vem? E assim vamos brutalizando a convivência. Viva a frieza e a indiferença. No mundo digital, as patadas acontecem através de comentários raivosos nas redes sociais, e-mails sem resposta e mensagens invasivas no WhatsApp.
Gentileza, cadê você? Desse jeito, não sei onde a humanidade vai parar. É no dia a dia que a gente vira o jogo e mostra que tem bons modos. Bora escutar com atenção e não interromper quem está falando (é difícil, eu sei). Demonstrar educação e empatia online e também no trânsito, que precisa urgente se humanizar. Dar o bom exemplo dentro de casa, no trabalho, nas ruas, onde esteja faltando alguma inspiração. Juntar um lixo do chão e fazer pensar. Agradecer e ver surgir um sorriso do nada.