Uma mulher de 68 foi presa em flagrante na zona sul de Porto Alegre por maus-tratos a animais. A ação aconteceu na manha de segunda-feira (13) e, na casa da suspeita, foram encontrados 32 cachorros, seis gatos e seis galinhas dentro de gaiolas pequenas (assista ao vídeo abaixo). Segundo a Polícia Civil, a mulher não usava os animais para beneficio financeiro.

 Os 44 animais foram resgatados e levados para clinicas veterinárias para receberem tratamento necessário. Nenhum corre grave risco de morte.

A denúncia anônima foi recebida por uma organização não-governamental (ONG) que atua na proteção de animais, o Instituto Paula Lopes, que acionou a 15ª Delegacia de Policia (DP). Durante visita a casa da mulher, foi constatado que os animais viviam em condições precárias, mas ela nega que houvesse maus-tratos em sua casa.

— Acreditamos que ela seja uma acumuladora e o problema se estende aos animais. É algo comum em casos desse tipo, onde as pessoas resgatam os animais, mas, mesmo sem condições, têm dificuldades em abrir mão da guarda — afirma a presidente da ONG, Paula Lopes, que define este tipo de apego da parte tutor como abusivo. 

— Se uma pessoa que tem um animal e está vendo que não tem como dar o básico, isso não é amor.

Segundo ativista, mesmo não correndo risco de morte, problemas de pele, nas patas e nas colunas foram observados na maioria dos animais. Estas comorbidades são explicadas pelas condições em que viviam. O artigo 32 da lei nº 9.605 prevê pena de reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda em caso de abuso animal.  

Família tentou intervir

Familiares da mulher contaram à polícia que já haviam tentado algumas vezes, sem sucesso, intervir na situação. Paula explica como testemunhas podem ajudar estes animais:

— Existem diversos canais de denuncias anônimas, onde podem ser enviadas imagens que indiquem que algum animal está em perigo, aí conseguimos ajuda-los com ajuda da Polícia.

Ajuda aos animais

Após garantir a segurança e saúde dos animais, a ONG planeja castrar e vacinar os cachorros e gatos, para, depois, serem disponibilizados para uma adoção responsável. 

Segundo a presidente, apenas para a castração será necessário mais de R$ 5.000. Voluntários podem, desde já, apadrinhar algum dos animais e ajudar com os custos dos tratamentos. Contatos pelo perfil @instituto.paulalopes no Instagram, ou site institutopaulalopes.com.br.

 * Produção: Camila Mendes