Se a gente pensar no transporte público como algo que funciona, a parte mais democrática seria a tarifa. Seja para andar um quilômetro ou cruzar a cidade de ponta a ponta, o valor é o mesmo. Mas com a crise no setor e o crescimento desenfreado dos aplicativos de transporte, os trajetos mais curtos pagaram o preço. E estas viagens são importantes para um sistema de transporte público, justamente para custear as linhas longas.

Essa introdução é pra dizer que eu “redescobri as linhas curtas”. Há um bom tempo organizei minha vida para morar mais perto do trabalho. Hoje posso chegar na Redação do Diário Gaúcho de bicicleta ou até caminhando. Mas sempre tem aquela manhã preguiçosa ou os dias de chuva intensa. E aí o aplicativo acabava sendo a escolha, mesmo tendo acesso a linhas de ônibus que me levam e trazem do trabalho. A questão é que a fatura do cartão do crédito chega mais recheada no fim do mês e a consciência pesa.

Leia outras colunas Direto da Redação

Foi por isso que decidi explorar o sistema de transporte novamente. Se você começa a pegar a mesma linha todo dia, consegue aprender quase sempre a hora que o ônibus vai passar. Em Porto Alegre, o aplicativo que mostra em tempo real a localização dos coletivos também ajuda, apesar de ter alguns problemas.

Entretanto, tive duas gratas surpresas. A primeira, claro, é a economia. Mesmo que minhas viagens por aplicativo de transporte sejam curtas, as corridas mais baratas já custam o dobro da passagem de ônibus. E segundo, acreditem, o tempo de espera. Ultimamente, é difícil chamar um carro de aplicativo. Demora até a corrida ser aceita e, quando aceitam, a espera pelo carro pode chegar aos 10 minutos. Com o aplicativo que mostra a localização do ônibus, não tenho passado mais do que cinco minutos na parada. E até o tempo de viagem é menor, graças ao corredor de ônibus. Mora perto do trabalho e acaba caindo na tentação diária do aplicativo? Dá uma olhada nas linhas perto de casa, dá para economizar e, em alguns casos, até chegar mais rápido ao destino.