Mobilidade urbana
Interdição de ciclovia da Avenida Ipiranga completa três meses sem previsão da prefeitura para liberação total
Secretaria municipal espera liberar alguns trechos até o início de janeiro; conclusão do diagnóstico oficial deve atrasar
A interdição da ciclovia da Avenida Ipiranga, a maior de Porto Alegre, completou três meses. De acordo com o município, a medida emergencial, anunciada no dia 6 de setembro após desmoronamentos na encosta do Arroio Dilúvio, seguirá por tempo indeterminado.
Os primeiros episódios de erosão dos chamados taludes tiveram início em junho, durante a passagem de ciclones pela cidade. Em uma das ocorrências, o deslizamento de terra atingiu parte da ciclovia, que costeia o arroio.
Enquanto a estrutura permanece interditada, quem anda de bicicleta precisa disputar espaço nas calçadas e na própria avenida.
Alexsandra Ferreira Dias é professora e pedala diariamente para se deslocar entre as três escolas públicas onde trabalha. Desde o dia 6 de setembro, ela tem sentido os impactos de não poder contar com a maior ciclovia da Capital. Se, antes, o problema das calçadas era de exclusividade dos pedestres, agora, a lista de afetados aumenta.
— Calçada é lugar de pedestre, então eles estão em primeiro lugar, o que já torna a nossa situação bem difícil. Aqui onde estamos ainda tem um pouco de calçamento, mas na maioria das calçadas não é bem assim, o que prejudica bastante a gente — relata Alexsandra.
Divulgação de laudo deve atrasar
De acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, apenas com a conclusão de um estudo geotécnico, que está em andamento, será possível identificar as causas dos desmoronamentos e quais medidas deverão ser tomadas para resolver o problema.
O trabalho é conduzido pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), que contratou uma empresa para a realização do diagnóstico e a apresentação de um projeto de recuperação. Em outubro, quando a interdição da ciclovia havia completado um mês, a previsão era de que o estudo fosse concluído em 75 dias, ou seja, até 23 de dezembro deste ano.
Durante entrevista ao programa Gaúcha+ nesta terça-feira (5), o secretário Adão de Castro Júnior, que lidera a força-tarefa sobre o assunto, informou que a tendência é de que o diagnóstico saia em menos de 60 dias, prorrogando o prazo para divulgação do laudo até 3 de fevereiro de 2024.
— Esses laudos estão sendo feitos pelas empresas que o Dmae contratou. Nós estamos cobrando que esses laudos tenham conclusão o mais rápido possível para que a gente possa, evidentemente, mostrar pra todo porto-alegrense como vai ser a reconstrução desses pontos, principalmente — afirma o titular da pasta.
O município trabalha com a expectativa de liberar, em até 30 dias, alguns trechos da ciclovia. Uma equipe técnica tem realizado vistorias periodicamente para avaliar as condições da estrutura e identificar quais pontos poderão ser utilizados pelos ciclistas com segurança.