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Coluna da Maga

Magali Moraes: colecionadora de vidros

Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

04/12/2023 - 09h00min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Me tornei o tipo de pessoa que eu criticava. Aliás, nem sei o motivo que um dia me levou a criticar quem tem esse saudável hábito. Descobri tarde os prazeres de ser uma colecionadora de vidros. São muitas possibilidades de reaproveitamento. Quando uma geleia tá acabando, já fico imaginando que utilidade posso dar ao vidro. Tenho meus tamanhos e formatos preferidos. Quem também coleciona vai concordar comigo: vamos ficando cada vez mais exigentes e (com certeza) fominhas. 

Não é só guardar, que isso pode parecer coisa de acumulador. Em defesa dos colecionadores de vidros, eu trago aqui a questão da sustentabilidade. É sobre economia e consciência ecológica. O mundo já está lotado de embalagens plásticas desnecessárias que vão pro lixo e sabe-se lá pra onde depois. Nem todo mundo recicla direitinho, o que é vergonhoso. Um vidro que vai parar no lugar errado leva milhões de anos pra se decompor. Ou seja, a gente vira pó e ele segue igual. Apenas poluindo.

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Tampas

Vidro é o novo pote plástico, com a vantagem de ser mais fácil identificar as tampas. Tem outro lado legal de colecionar: não estamos sozinhos. Ou você inspira alguém ou é inspirado por quem já criou sua coleçãozinha. Se for uma coleção grande, haja lugar pra guardar. Não recomendo empilhar, como os potes. A gente não quer que eles quebrem em pedacinhos inúteis. Quem sabe uma doação de vidros pra quem começou ontem a colecionar? Ou um troca-troca com colecionadores desapegados?

Fico pensando qual será o próximo passo nessa minha trajetória. Escolher produtos pelo potencial dos vidros, e não pela preferência de sabor ou marca? Colecionar faz a gente agir diferente nas gôndolas do supermercado? Será que comprarei um exagero de maçãs só pra fazer geleia e encher dez vidros? Prefiro fazer pesto. Fora da culinária, a imaginação corre solta. Artesanato, organizar pregos e parafusos, guardar linhas e botões. Olhe pra um vidro vazio, que a inspiração virá. 



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