Coluna da Maga
Magali Moraes: panetone sempre
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Venho por meio desta coluna pedir que normalizem o ato de comer panetone durante o ano inteiro. Fabricantes, bora produzir essa iguaria de dezembro a dezembro, não tem motivo pra parar. Panetone é um pão doce, simples assim. E pão a gente come no dia a dia, não apenas em datas especiais. Já que os preparativos do Natal começam cada vez mais cedo, seria uma coisa a menos pra se preocupar. O panetone continua na mesa, só falta trazer de volta as luzinhas, a árvore e os enfeites.
Tem várias lendas que explicam sua origem em Milão, na Itália. Achei simpática e escolhi acreditar na versão em que o padeiro Toni (Pane di Toni) teria inventado esse pão de fermentação natural porque se apaixonou pela filha do patrão e queria impressionar o pai da amada. Jovem corajoso, hein? Colocou na receita frutas cristalizadas, arriscando desagradar o paladar do sogro. Nem vou entrar na questão da uva passa, que é polêmica, provocando amor e ódio desde sempre.
Chocolate
Pra ser uma atração nos 12 meses do ano, já contamos com um trunfo: a criatividade brasileira. Quando incluíram chocolate na massa, o pessoal não parou mais de inventar. Branco, ao leite, meio amargo, trufado e etc. Inventaram até uma nova categoria de produto, o chocotone. Se tiver doce de leite, eu já quero. Há poucos Natais, surgiu o panetone de pistache (esse não provei ainda). Descobri que agora tem até panetone integral e também no sabor limão siciliano. O que vem por aí?
Esses dias, vi um vídeo que ensina a forma certa de cortar panetone. Tem que deitar ele e fatiar como se fosse um pão de forma. Certo pra quem? Não curti. A vida inteira cortei como se fosse uma torta, e você? Se for bem recheado, nem importa o jeito que se corta. As fatias nunca ficarão perfeitas. Mais gostoso é cortar pedaços menores com a mão e lamber o chocolate grudado na embalagem. Essa coluna me deixou com fome de panetone. Um cafezinho preto junto, e está feita a alegria.