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Guilherme Jacques: "Sobre o sacrifício de empreender"

Jornalistas do Diário Gaúcho escrevem sobre temas do cotidiano

17/01/2024 - 05h00min


Diário Gaúcho
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Agência RBS / Agência RBS
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De início, quero dizer que abrir o próprio negócio é um ato de coragem. Nesta semana, inclusive, tivemos no DG uma história que gira em torno dessa temática. Apesar disso, não há nada de romântico neste ato. Motivo pelo qual uso este espaço para fazer o papel de advogado do diabo. 

É que empreender é, também e antes de qualquer coisa, um ato de sacrifício. E não o sacrifício bonito, contado naquelas biografias de grandes empresários, retratado em posts de Instagram ou repetido exaustivamente pelos ditos coaches. Veja bem, é um sacrifício da vida real, algo que precisa estar tão claro quanto os seus objetivos antes de se arriscar no mundo dos negócios.

Ouvi em uma conversa com o gerente da regional metropolitana do Sebrae RS, Paulo Bruscato, que é como ter um filho. “Às vezes, também vai fazer você perder o sono”, ele destacou. Pois é. Não tem como ser diferente. Isso porque, para quem não nasceu herdeiro, empreender, na maioria dos casos, significa investir o pouco que se conquistou com muito esforço.

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Por isso digo que é preciso coragem. O que não é preciso, no entanto, é empreender. Eis meu ponto neste texto: isso não deve ser uma obrigação. Antes de mais nada, um empreendedor tem de fato que desejar ser um empreendedor. É necessário, parafraseando Tim Maia, ser sincero e desejar profundo. E levar em conta que, possivelmente, você terá que tentar outra vez. Ou outras vezes.

Então, não há nada de errado se você quer crescer profissional e financeiramente trabalhando em uma empresa privada, de carteira assinada. Ou fazendo um concurso público, para alcançar a estabilidade. Tudo bem se o seu desejo não for empreender. O que não está bem é fazer isso por pressão, porque é moda. Pior, por necessidade.

Afinal, não deveríamos viver em um contexto de se empreender por necessidade. Empregos justos e dignos deveriam ser a regra. E ter seu próprio negócio, uma escolha – sem constrangimentos e sem desespero.



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