Integro o time das otimistas, que creem que podemos melhorar e, quem sabe, assim, construir um mundo um pouco melhor. A virada de ano é, inevitavelmente, um bom momento para pensarmos sobre isso. No que podemos evoluir dentro de nós, e, com isso, concretizar mudanças aqui e ali. Afinal, são as ações de cada um que fazem com que o mundo se transforme ao longo do tempo. Para o bem ou para o mal.

Mas sabemos também que nem todas as mudanças acontecem por vontade própria. Algumas dependem de ações externas. É o caso do tema que abordamos mais uma vez no dia de hoje na reportagem sobre agressores de mulheres monitorados por tornozeleiras eletrônicas. A medida foi adotada em maio deste ano, numa tentativa de fazer com que os homens realmente cumpram as medidas protetivas. Que deixem de perseguir mulheres que estão tentando escapar dessa violência.

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Mostramos que o número de homens submetidos a essa medida aumentou no Estado nos últimos meses. E que também neste período, do total de monitorados, pelo menos 25 foram flagrados descumprindo a medida, mesmo usando a tornozeleira. Nestes casos, graças ao monitoramento, esses homens foram presos, antes que pudessem concretizar uma violência mais grave contra essas mulheres.

Medidas como essa nos permitiram chegar ao fim de 2023 com menos casos de feminicídios do que em 2022. O que é uma boa notícia, neste cenário, ainda que qualquer morte seja uma notícia infeliz. Mas sabemos que ainda há muito a avançar. Especialmente na forma como educamos nossos meninos, para que eles parem de enxergar as mulheres como objetos, como coisas que não podem ser perdidas, ou escolherem caminhos distantes dos deles. E em como reeducamos os já crescidos. Os grupos reflexivos para agressores são alternativas, mas ainda alcançam uma parcela pequena de agressores.

Então meu desejo para 2024 é que essas pequenas mudanças se fortaleçam, e que possamos, quem sabe, construir assim um mundo melhor para todos e todas.