Coluna da Maga
Magali Moraes: Renascer e os remakes
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Essa semana voltou a novela Renascer, antigo sucesso da Globo, pra alegria dos noveleiros. Seria apenas falta de criatividade repetir uma fórmula de sucesso, em vez de contar uma nova história? É o primeiro pensamento que me vem à cabeça quando fico sabendo desses remakes, a exemplo de Pantanal. Mas não. Tem uma aposta grande em algo que todo mundo se identifica: o antes e depois. Poder comparar antigos e novos protagonistas. E também se a trama continua atual hoje em dia.
Deixei de acompanhar novelas há séculos, mas essa tenho quase certeza que vi. Você lembra o que estava fazendo em 1993? De março a novembro, só dava Zé Inocêncio, João Pedro, Mariana, Belarmino e Tião Galinha. Eu trabalhava na agência de propaganda Escala, já estava casada com o Ricardo e nem era mãe ainda (algo que parece que sempre fui). Só no ano de 1999 eu publicaria a primeira crônica no jornal Gazeta Mercantil RS, que nem existe mais, justamente sobre conciliar filhos e trabalho.
Moda
Viu o poder de um remake? De um jeito ou de outro, a gente volta no tempo. A moda usa esse recurso desde sempre: dá uma espiada lá no passado e traz de volta cores, formas, penteados, maquiagens e algumas bizarrices, mas com um toque atual. Mesmo assim, nunca mais tive coragem de usar ombreiras e roupas neon. Voltando pro renascimento de Renascer: o antes e depois dos figurinos, cenários, trilha sonora e até da abertura da novela também vão prender a nossa atenção.
A cerejinha do bolo é a mistura de gerações entre ficção e realidade. Atores da primeira versão agora mais velhos, em outros papéis, como Marcos Palmeira. O neto do autor Benedito Ruy Barbosa reescrevendo tudo. A sustentabilidade deve ganhar espaço na trama do cacau. O que segue igual? Amor e ódio são imbatíveis pra aumentar a audiência. De 1993 pra cá, a tecnologia evoluiu muito (e isso ajuda). Se você pudesse voltar 31 anos no tempo pra recontar a sua história, o que mudaria?