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Mesmo com alta do arroz, cesta básica de Porto Alegre fecha 2023 estável

Relatório do departamento indica variação de 0,12% no conjunto de itens em 2023. Último mês do ano teve elevação de 3,70%

08/01/2024 - 16h03min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Marcelo Casagrande / Agencia RBS
Segundo Dieese, arroz teve maior alta em 2023

A cesta básica de Porto Alegre manteve praticamente o mesmo preço em 2023. É o que mostra um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado nesta segunda-feira (8). Conforme o documento, o conjunto de 13 itens pesquisados na Capital teve uma sútil elevação de 0,12% ao longo de todo ano passado. A pesquisa mensal também mostra a variação mensal da cesta básica. Em dezembro, houve alta de 3,7% na soma, na comparação com novembro.

Entre os 13 itens que são pesquisado pelo Dieese, sete caíram de preço entre o início e o fim do ano passado. Outros cinco produtos ficaram mais caros e o tomate não apresentou variação. Entre as quedas, a mais relevante foi a do óleo de soja, que fechou o ano 29,14% mais barato, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. O café, a farinha de trigo e a banana também tiveram queda relevante.

No lado oposto da balança, um item essencial na mesa do brasileiro foi quem mais subiu de preço. Conforme o levantamento do Dieese, o arroz ficou 25,53% mais caro ao longo de 2023. O seu fiel companheiro de preparo também não ficou distante. Em um ano, o feijão saltou 14,32% na Capital aponta a pesquisa. Batata, açúcar e o pão estão entre os outros alimentos que tiveram inflações relevantes na pesquisa do Dieese.

Arroz tem maior alta

Conforme o documento divulgado pelo departamento, a alta do arroz não foi algo exclusivo de Porto Alegre. Todas as 15 capitais pesquisadas tiveram o mesmo comportamento ao longo do ano que passou. Pelo documento, "a maior demanda, interna e externa, principalmente a partir do segundo trimestre, elevou os preços do grão". A justificativa é praticamente a mesma para a alta do feijão, conforme o Dieese.

Em relação ao óleo de soja, que teve a maior queda na cesta básica, a pesquisa cita que "depois da alta nos anos anteriores, a queda ocorreu porque a produção brasileira e mundial de soja bateu recorde em 2023 e conseguiu cobrir a menor oferta em outros países, como os Estados Unidos". Ainda segundo o relatório, "o excesso de grãos reduziu o preço, também do óleo de soja, apesar da firme demanda externa". A carne bovina também esteve os alimentos com redução de preço. Segundo o Dieese, "o aumento da oferta de carne no mercado interno, a suspensão temporária da exportação para China e os altos preços ainda praticados explicam a redução do valor no varejo".

Além das comparações de fechamento do ano, a pesquisa do Dieese trouxe os comparativos mensais — a variação da cesta básica entre novembro e dezembro. Neste caso, todos os itens tiveram altas, que ficaram entre 0,43% (carne bovina) e 18,52% (batata). A farinha de trigo não variou seu valor na pesquisa mensal. Conforme a pesquisa, a alta da batata está relacionada às "chuvas e o final da safra" do alimento.

Segunda capital com mais elevação

Mesmo com a estabilização durante o ano, Porto Alegre foi a segunda capital entre as pesquisadas pelo Dieese no ranking da variação da cesta básica em 2023. Isso porque o valor caiu na maioria das cidades. O primeiro lugar ficou com Belém, no Pará, onde a cesta subiu 0,94% no ano passado. Na outra ponta está Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, que teve deflação de 6,25% ao longo de 2023. Porto Alegre fechou o ano com sua cesta básica custando R$ 766,53, o que a colocou como a mais cara entre os locais pesquisados.

Conforme a pesquisa do Dieese, o valor do conjunto na capital gaúcha representa 67,28% do salário mínimo vigente em dezembro, de R$ 1.320. A pesquisa também aponta o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas no Brasil. Em dezembro, esse valor deveria equivaler a R$ 6.439,62 ou 4,88 vezes o mínimo de R$ 1.320. 



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