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Moradores de Porto Alegre convivem com risco de queda de árvores e postes uma semana após tempestade

Comunidades afetadas relatam a abertura de protocolos junto à prefeitura e à CEEE Equatorial, mas reclamam da demora para realização dos serviços

23/01/2024 - 09h51min

Atualizada em: 23/01/2024 - 09h53min


Jônatha Bittencourt
Jônatha Bittencourt
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Quem circula pelas ruas e avenidas de Porto Alegre ainda pode se deparar com o rastro de destruição provocada pela tempestade da semana passada. Alguns postes e árvores estão prestes a cair em vários pontos da cidade, permanecendo presos à fiação elétrica ou escorados em outras estruturas.

Moradores do bairro Pedra Redonda, na Zona Sul, relatam o medo ao caminhar pela calçada da Avenida Coronel Marcos, uma das mais movimentadas da região. Na esquina da Rua Manoel Leão, é possível ver parte do tronco de uma árvore preso na fiação elétrica.

— Ontem, um dos funcionários da CEEE Equatorial que vieram nos atender nos disse que teríamos que acionar a prefeitura — relata  Fabíola Dornelles Thomé, que acionou a equipe de reportagem de GZH.

À medida que os automóveis passam pelo local, a árvore balança, correndo o risco de cair a qualquer momento no passeio destinado aos pedestres ou na própria avenida.

A aproximadamente sete quilômetros dali, no bairro Cristal, moradores e comerciantes da Rua Dr. Campos Velho convivem com a falta de energia elétrica há quase uma semana. Um dos motivos se encontra nas proximidades do número 1200: um poste foi praticamente arrancado e só não cai porque segue amparado por uma árvore.

De acordo com a comunidade, durante o temporal, um caminhão passou arrastando a fiação, que estava mais baixa, e acabou tirando o poste do lugar. As pessoas que caminham pela calçada precisam redobrar a atenção para evitar o emaranhado de fios e a própria estrutura de madeira - que pode cair.

A CEEE Equatorial foi acionada para realizar o reparo. Os funcionários da concessionária estiveram no local e constataram a necessidade de substituição, mas isso não aconteceu até o momento.

A ansiedade da Secília Barbosa é grande para o serviço aconteça o quanto antes, porque o fornecimento de energia elétrica passa justamente por aquele poste.

Em meio a esse cenário, a comerciante faz um protesto silencioso. A dona de um brechó e vendedora de açaí tem cartazes no portão da casa com as seguintes frases: "Queremos luz", "pagamos nossas contas em dia", "CEEE Equatorial, queremos uma resposta" e "não temos gato".

Sem energia elétrica, ela enfrenta dificuldades para vender com uso das maquininhas de cartão, pois estão descarregadas. Dez potes com cinco litros de açaí em cada um deles tiveram que ser descartados no último domingo (21) devido à falta de refrigeração.

O marido Cesar Hentges também está impossibilitado de trabalhar já que a luz não voltou.

— Agora mesmo, para mandar uma mensagem e verificar os e-mails, precisei usar o celular. Fui ao supermercado e pedi a gentileza de usar a energia para conseguir me comunicar. Trabalho? Aí já é pedir demais porque não tem impressora, notebook.

Saiba quem acionar

Segundo a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSURB), a remoção de árvores derrubadas ou correndo o risco de cair é de responsabilidade do poder público municipal.

Com relação a vegetais presos à fiação elétrica, a pasta ressalta que a CEEE Equatorial possui equipes especializadas em podas e pode realizar o serviço. A SMSURB informa ainda que também pode ser contatada, mas esclarece que as equipes da pasta não intervêm quando as árvores estão em contato com a rede.

Em entrevista coletiva, nesta segunda (22), o presidente da CEEE Equatorial, Riberto Barbanera, admitiu que a retirada de vegetação próxima a fios de alta tensão é de responsabilidade da empresa. Com relação aos postes e fios, que também são de competência da concessionária, o gestor destacou o recebimento de relatórios periódicos da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), que tem indicado os pontos com mais problemas.

Para informar a necessidade de intervenção envolvendo vegetação, é necessário fazer o encaminhamento com a prefeitura pelo telefone 156 ou através do site. Já o serviço relacionado à possibilidade de queda de postes, basta acionar a EPTC via telefones 156 (opção 1) ou 118. A iniciativa é uma medida temporária, para concentrar as solicitações à CEEE Equatorial.


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