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Eu Sou do Samba

Karine Alves fala sobre amor pelo Carnaval de Porto Alegre e desafio de apresentar desfiles de SP e do RJ na Globo

Colunista Alexandre Rodrigues escreve sobre Carnaval e samba todas as sextas-feiras

09/02/2024 - 14h05min


Alexandre Rodrigues
Alexandre Rodrigues
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Manoella Melo / TV Globo,Divulgação
Encara desafio de apresentar desfiles do Rio de Janeiro e de São Paulo a partir desta sexta-feira, na Globo

A gente está acostumado a ver ela brilhando no jornalismo esportivo da Globo e, agora, vamos ver bilhar na cobertura do Carnaval. Estou falando da carismática Karine Alves! Este ano, ela vai apresentar em rede nacional os desfiles de São Paulo e do Rio de Janeiro, ao lado de Milton Cunha e Alex Escobar.

Samba está no DNA dessa gaúcha nascida em Porto Alegre. Além de ser assídua frequentadora de rodas de samba — cantar é uma de suas maiores alegrias —, ela não perde a oportunidade de curtir um rolê nas quadras das escolas. Aqui na Capital, já atuou diversas vezes como repórter no Porto Seco durante sua passagem de mais de oito anos pelo Grupo RBS.

Em bate-papo com Eu Sou do Samba, ela falou sobre o amor pelo Carnaval e como se preparou para a maratona de coberturas. 

A coluna deseja muito sucesso!

Qual a tua primeira  lembrança de Carnaval?
Assim como a maioria dos brasileiros, a minha primeira lembrança relacionada ao Carnaval é a de estar sentada em frente à televisão assistindo aos desfiles que aconteciam no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. O Carnaval sempre foi muito importante para a minha família. Assistíamos juntos, comendo pastéis feitos pela minha avó. Isso me marcou muito. Era quando eu podia ficar acordada até mais tarde e curtir o samba que sempre foi a essência da minha família e que hoje faz parte da minha identidade. Outra lembrança que me marca é de quando eu frequentava quadra de escola de samba em Porto Alegre. Desde criança, eu tinha o sonho de me tornar uma passista, eu achava uma arte expressar o amor pela escola sambando com a bateria. Lembro de ficar focada no ritmo dela durante os ensaios e o próprio desfile.

Tem conseguido tempo para curtir rodas de samba e frequentar as quadras?
Sim, e ainda frequento. Sempre que eu posso tento curtir um samba em algum lugar de Porto Alegre. Para mim, essa conexão é muito importante. Hoje eu aproveito menos, mas, quando estou de férias, estou sempre no meio do samba, seja em São Paulo, no Rio ou em Porto Alegre. O samba faz parte de quem é a Karine, eu não consigo viver sem ele.

Pode falar sobre a experiência na cobertura do Carnaval de Porto Alegre?
Participar do Carnaval de Porto Alegre foi muito especial para mim. Na época, eu trabalhava na RBS TV. Cobri a concentração, dispersão, a arquibancada e, para mim, isso foi fundamental para entender essa paixão. Na cobertura, você vivencia o amor que as pessoas sentem nessa época do ano. Lembro que esse trabalho me proporcionou visitar os barracões das escolas da cidade e ter contato com as pessoas que fazem o Carnaval acontecer. Recentemente, encontrei algumas pessoas que fizeram parte dessa época e lembraram de quando estive na cobertura. É bom ver que a gente construiu uma história, que as pessoas lembram do seu trabalho e que ele foi importante para elas. É uma troca especial.

Fazer Carnaval no RS sempre foi sinônimo de resistência. Como você enxerga isso?
O Carnaval de Porto Alegre, mesmo com todas as dificuldades, é uma voz coletiva que ninguém nunca vai calar. O samba não morre, ele transcende. O Carnaval em POA sobrevive pela força da sua ancestralidade, pelo apoio das pessoas que fazem ele acontecer por amor, por se posicionarem, por não abrirem mão do seu lugar de fala. E esse lugar é negro, cheio de representatividade. Então, ele precisa sobreviver! Carnaval é uma grande festa, mas, também, um lugar poderoso de posicionamento diante da sociedade.

arquivo pessoal / arquivo pessoal
Em 2011, cantando no Boteco Dona Neusa

De que forma a música impacta na tua vida?
A música faz parte da minha essência e isso impacta diretamente a minha identidade na vida pessoal e como jornalista. Não existe Karine sem a música. Não existiria, também, a comunicadora se eu não tivesse descoberto o cantar. Foi cantando que eu percebi que a minha voz era ouvida com atenção pelas pessoas. A comunicadora que me tornei nasceu quando me descobri cantora também. Uma não vive sem a outra. Nunca abri mão dessa essência. E acho que isso acabou me levando a muitas oportunidades no trabalho e na vida. Então, é microfone na mão para falar e, quando dá tempo, cantar também (risos).

Como se preparou para as coberturas no Rio e em São Paulo?
No total, são 26 enredos para estudar. Visitei todos os barracões das Escolas de Samba do Rio e de São Paulo. Em cada uma, tive longas conversas e trocas com os carnavalescos e integrantes envolvidos no desfile. Praticar essa escuta foi fundamental. Na reta final, passei a limpo todas as minhas anotações, li todos os detalhes de cada enredo. São páginas que não acabam mais (risos). Além disso, é preciso ter um cuidado especial com a saúde, com o sono e com a alimentação. É como se eu estivesse realmente me preparando para uma maratona esportiva. Serão madrugadas intensas.

E a parceria com Milton Cunha e Alex Escobar?
Podem esperar muita leveza, sintonia e diversão. O Escobar é um amigo querido que o esporte me deu e que está sendo um baita parceiro, me apoiando muito nessa minha estreia na apresentação do Carnaval. O Milton é uma entidade! Eu já o admirava muito antes de pensar que um dia trabalharíamos juntos. Então, essa parceria vai dar samba (risos)!

Manoella Melo / TV Globo,Divulgação
Com Milton Cunha e Alex Escobar

Não Perca nenhum detalhe

/// A transmissão dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo e do Rio de Janeiro ganha, em 2024, um novo formato para deixar o público ainda mais perto da Avenida. O trio de apresentadores será acompanhado pelo comentários de Ailton Graça e Alemão do Cavaco, em São Paulo, e do sambista Pretinho da Serrinha e o jornalista Leonardo Bruno, no Rio de Janeiro. Para completar o time, três novos nomes foram escalados para acompanhar, nas duas cidades, os bastidores, o esquenta das escolas até a abertura dos portões, os gritos de guerra e tudo o que rola nos camarotes. Cabe a Kenya Sade, Vitor diCastro e Dandara Mariana a missão de mostrar todos os detalhes do espetáculo. 

/// Nesta sexta-feira (9), a transmissão começa a partir das 23h15min, logo após o Big Brother Brasil 24.

Mini Divas em sete escolas

Projeto fundado pela ex-madrinha de bateria da Imperadores do Samba, a dinda Raquel Nunes, o Mini Divas se prepara para desfilar ao lado de sete escolas nos dias 23 e 24 de fevereiro, no Complexo Cultural do Porto Seco. São elas: Samba Puro, Imperatriz Dona Leopoldina, Império do Sol, Vila Mapa, União da Vila do IAPI, Estado Maior da Restinga e Realeza. Este ano, 76 crianças estarão na Avenida. 

O objetivo do projeto é incentivar a cultura do Carnaval desde a infância, proporcionando o desenvolvimento de habilidades musicais, técnicas de dança, expressão corporal e muito mais.

— Ver essas crianças crescerem não apenas como artistas talentosos, mas também como indivíduos confiantes e conscientes de sua própria cultura, é incrivelmente gratificante. O Carnaval é uma festa que celebra a diversidade, e o Mini Divas é um reflexo deste espírito festivo — destaca Raquel.

No próximo dia 17, as crianças vão até o Porto Seco para o último ensaio antes do grande dia. Os preparativos, no entanto, começaram ainda no ano passado. Em dezembro, o barracão da Estado Maior da Restinga recebeu o mutirão das fantasias do Mini Divas. A agremiação fez a produção das costuras, e um grupo formado por mães de integrantes do projeto adereçaram as peças.

Mini Divas / Divulgação
Grupo se reuniu no barracão da Restinga



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