Coluna da Maga
Magali Moraes: coração a mil
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
O cardiologista me deu tema de casa. Antes fosse escrever uma redação bem bonita. Ele quer que eu ache algum esporte ou aula que me faça pular, saltar, dar pique e ficar esbaforida pro coração quase sair pela boca. A cada revisão anual, ele repete isso. Os exames de sangue e de imagem, eu mato no peito. Mas o tema cardiorrespiratório fica pendurado. Me explico, me justifico, conto que tenho caminhado. "Deixa pra só caminhar quando tiver 90 anos, agora tem que se mexer muito mais."
Sentiu a pressão? É complicado descobrir essa atividade. Pior é criar o hábito. Meu pilates misturado com funcional (que amo e me faz suar bastante) é uma vez por semana. Ele quer mais, muito mais. "Testa coisas diferentes, experimenta padel, beach tênis, boxe, karatê, muay thai, spinning, natação, qualquer coisa." Estamos em ano de Olimpíadas, o que sempre inspira. Se eu esperar até lá, corro o risco de apenas me imaginar caminhando por Paris, cidade onde o evento acontece.
Histórico
Importante contar que, até o momento, eu não tenho nada no coração. O problema é o forte histórico familiar de doenças cardíacas. Safenados e infartados. Se somar todos os stents que a turma já colocou, deve dar uma dúzia. Como a genética não ajuda, preciso fazer a minha parte. Exercitar bastante o coração pra garantir vida longa. Reconheço que, ultimamente, o maior movimento acontece dentro da minha cabeça. Caminhar sozinha ou acompanhada me faz bem, só falta dar o próximo passo.
O ano começou com amigos e conhecidos enfrentando sérios problemas de saúde. Tudo vira lembrete pra gente se cuidar mais. Não que eu vá virar atleta, mas tenho que botar o sedentarismo pra correr. Tão bom sofá e Netflix, né? Já o colesterol não está tão bom assim. Esse é um bandido, e age quietinho. Estamos de olho! Falando nisso, se você me ver em alguma quadra esportiva, por favor não repare nos movimentos desajeitados. O que importa é se movimentar. Um beijo no coração.