O Carnaval de rua de Porto Alegre segue com programação intensa neste fim de semana. O circuito Orla da Diversidade, organizado pela Pró Bloco — uma das vencedoras do edital para projetos do Carnaval de rua, da prefeitura da Capital — reunirá oito blocos entre amanhã e domingo, na Avenida Edvaldo Pereira Paiva. Em caso de chuva, a programação será transferida.

Amanhã, a estrela será o Turucutá, conhecido por fazer dezenas de músicas e ritmos com instrumentos de escola de samba. Também vão se apresentar o Bloco Delas, oriundo do grupo Samba Delas, destaque da noite porto-alegrense, o Bloco do Isopor e o Lula Bloco (Ai que Saudade do meu Ex).

Domingo será dia de um passeio pela história de Porto Alegre, com destaque para a Banda da Saldanha, conhecida por desfiles marcantes. Outro presença confirmada é da Tribo Guaianazes, representando as tribos carnavalescas fundamentais para a construção do Carnaval de Porto Alegre como conhecemos hoje em dia. Para complementar a festa, um grande baile com o Bloco da Junção, trazendo seu balanço e swing para fazer o povo dançar, além do Bloco Ziriguidum.

O Circuito Orla da Diversidade ainda terá mais duas datas com blocos: 2 e 10 de março.

TE PROGRAMA!

Sábado
/// Bloco Lula Bloco (Ai que Saudade do meu Ex) — 15h
/// Bloco Isopor — 16h30min
/// Bloco Delas — 18h
/// Bloco Turucutá — 19h30min

Domingo
/// Tribo Carnavalesca Guaianazes — 15h
/// Bloco Ziriguidum — 16h30min
/// Bloco da Junção — 18h
/// Bloco Banda da Saldanha — 19h30min

Dispararam as vendas

Segunda escola a desfilar na Sapucaí na segunda-feira, a Portela apresentou o enredo Um Defeito de Cor, inspirado no livro de mesmo nome da escritora mineira Ana Maria Gonçalves, em homenagem às mulheres negras. O interesse do público foi tanto que o romance, lançado em 2006, acabou esgotando no estoque do site do Grupo Editorial Record (editora responsável pelo livro). Um Defeito de Cor recria a trajetória de Kehinde, uma mulher negra que, quando criança, é sequestrada e levada para a Bahia para ser escravizada.

Herói gaúcho

A Paraíso do Tuiuti levou para a Marquês de Sapucaí o enredo Glória ao Almirante Negro!, contando a história de João Cândido (1880 — 1969), marinheiro líder da Revolta da Chibata. O personagem histórico tem ligação direta com o Rio Grande do Sul: ele nasceu em Encruzilhada do Sul, no Vale do Rio Pardo. 

Uma das avenidas da cidade, inclusive, tem um busto em homenagem a João Cândido! Em 1910, o herói gaúcho liderou a luta contra as agressões a chibatadas aplicadas contra os marinheiros, que eram, na sua maioria, negros.

Primeira mulher

Pela primeira vez na história, a leitura das notas de São Paulo foi feita por uma mulher. A locutora Eloise Matos, 50 anos, foi convidada pela Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liga — SP) para comandar a apuração, que deu vitória à Mocidade Alegre, na terça. Ela substituiu Zulu, a voz responsável pela função entre 1993 e 2023.

— Eu acredito que isso vá abrir muitas portas para outras mulheres. Que outras mulheres venham a se destacar ainda mais no Carnaval — disse Eloise em entrevista ao site UOL. 

Sucesso total 

O primeiro álbum solo de Adãozinho do Banjo, Pra Lutar e Vencer, começa a gerar seus frutos.

Em sua curta temporada no Rio de Janeiro, no segundo semestre do ano passado, o sambista gaúcho fez diversas apresentações em respeitáveis lugares que formam o circuito boêmio do samba, como o Beco do Rato, Rio Scenarium, Taberna da Vila, Renascença Clube, Samba da Dida, Casarão do Firmino, Samba na Gamboa, entre outros. Com isso, o artista aproveitou para produzir dois clipes.

Um deles é da canção  Pra Lutar e Vencer, que retrata a batalha diária pela sobrevivência com dignidade, dividindo o tempo da labuta com a arte. Já o outro, de Maria Rosália,  conta a história do amor de uma mulher que dança lindamente e que enfeita o seu cabelo com uma rosa amarela.

Os dois trabalhos podem ser conferidos no canal de Adãozinho do Banjo no YouTube (youtube.com/@adaozinhodobanjo).