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Vistoria nas residências

Para não cair em golpes: saiba como identificar um agente de combate à dengue

Profissionais devem estar vestidos com colete azul, portar crachá e ter matrícula junto à Secretaria Municipal de Saúde

12/02/2024 - 21h43min


Christian Bueller
Christian Bueller
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Jonathan Heckler / Agencia RBS
Servidores são treinados para verificar situações de água parada que possa acumular em pratos de plantas, vasos, ralos, pneus e calhas.

Uma das ações desenvolvidas nos municípios para conter a transmissão da dengue é a visita de agentes de combate a endemias em ruas e residências. Além de identificar focos do mosquito Aedes Aegypti, eles informam os moradores sobre os cuidados com a doença. No entanto, relatos de tentativas de golpes ou de assaltos desencorajam muitas as pessoas de receberem os profissionais. GZH foi conferir como identificar estes servidores:

Segundo o secretário de Saúde de Porto Alegre (SMS), Fernando Ritter, os profissionais devem trajar coletes azuis, com o dizer às costas “agente de combate a endemias” e identificação do órgão municipal, além de portar crachá com seus dados, que incluem a sua matrícula na secretaria.

— Temos dois desafios, o primeiro é conscientizar as pessoas sobre os cuidados em relação à dengue e, depois, que permitam a entrada dos agentes em suas casas. Mas é importante destacar que os servidores são treinados para identificar focos de acúmulos de água, situação que, às vezes, não conseguimos enxergar — informa Ritter.

Os moradores que tiverem dúvidas sobre as pessoas que baterem as suas portas na vistoria de reconhecimento do território, como é chamada a ação, podem ligar para o 156, na Central de Atendimento ao Cidadão.

— Vai na opção “saúde” e, depois, “dengue”. Em “tire as dívidas”, é possível falar com um atendente que poderá confirmar, na hora, a veracidade do nome do agente e se ele está fazendo este serviço de fato — destaca o secretário de Saúde da Capital.

Ritter destaca a importância destas visitas porque, além de identificar eventuais focos do mosquito, os agentes orientam e ainda eliminam possíveis criadouros.

— Pode ser o potinho de água do cachorro, copos jogados no chão, vasos. Se for preciso, os profissionais furam pneus, viram garrafas de cabeça para baixo ou colocam terra para acabar com os acúmulos de água.

Jonathan Heckler / Agencia RBS
Além de verificarem focos do mosquito, agentes orientam moradores e ajudam a eliminar situações de acumulo de água nas casas.

Em caso de condomínios, Ritter lembra que os agentes costumam marcar horário com o zelador ou o síndico. Ainda que o morador possa escolher em não receber o agente, o titular da SMS frisa que, em situações em que o risco de contaminação é alto, há locais que podem ser autuados.

— As pessoas com o colete amarelo que vão em algumas ações são os fiscais. Se determinado lugar tiver muito lixo ou caliça amontoada é passível de ser multado. Estamos preparados para bastante demanda a partir do fim do Carnaval, quando Porto Alegre começa a retomar a normalidade — projeta o secretário.

Em locais em que há confirmação de contaminação ou casos positivos de pessoas infectadas por dengue, os agentes são acompanhados de outros profissionais, vestidos com Equipamentos de Proteção Individual (EPI) brancos, que fazem a aplicação de veneno contra o mosquito.

— Eles estão sempre acompanhados dos agentes, que fazem a análise anterior, e de um profissional de Ensino Superior, veterinário ou biólogo, para conduzir a ação, que ocupa um raio entre 150 a 300 metros do local da contaminação. Não chegam sem avisar e já saem aplicando o veneno. Existem critérios. Por exemplo, se há muitos animais na casa, não se faz a aplicação. E o serviço só é feito com autorização do dono da residência — explica Ritter.

Preocupação

O secretário da SMS relata que Porto Alegre já registrou 51 casos de dengue em 2024, 10 vezes mais do que o mesmo período do ano passado, quando cinco pessoas foram contaminadas no mesmo período.

— Pedimos junto ao Ministério da Saúde cerca de 15 mil testes rápidos para março, para que possamos ter disponíveis nas 134 unidades de saúde do município. Estamos aguardando a resposta, pois sabemos que há situações piores em outros estados — diz Ritter.

Atualmente, 80 agentes se dividem em quatro regiões para fazer a vistoria. As áreas são escolhidas pelo índice de infestação de locais monitorados. Entres os bairros mais críticos, estão Partenon, Cidade Baixa, Menino Deus, Centro, Santana, Mont'Serrat e Navegantes.

— Sempre bom lembrar, se você sentir dor de cabeça, nas articulações ou no fundo do olho, febre e mal-estar, procure uma unidade de saúde. E tome bastante de água para não desidratar — orienta Fernando Ritter.

Alguns cuidados verificados pelos agentes

  • Não deixe água parada em calhas e pratos de plantas
  • Troque a água dos pets com frequência
  • Use cloro nas piscinas
  • Escove a parte interna da caixa d’água, tanques e outros objetos que acumulem água
  • Vire de cabeça para baixo garrafas e vasilhas que possam acumular água
  • Não acumule lixo ou entulhos

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