DELAS
Cinco pedidos para o Dia Internacional da Mulher
Colunista Giordana Cunha escreve sobre o universo feminino todas as quintas-feiras
Existem muitas explicações para a criação do Dia Internacional da Mulher, oficializado em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo a doutora em Ciência Política, Elena Schuck, o incêndio em uma fábrica de tecidos nos EUA, em 1911, é o marco mais citado.
Quando o prédio da empresa começou a se incendiar, as portas estavam fechadas – norma dos proprietários para evitar o intervalo dos funcionários. Mais de cem mulheres morreram no episódio. O fogo teria sido causado, supostamente, pelo dono, como uma forma de repressão às greves que operárias fizeram anteriormente para ter melhores condições de trabalho.
Elena conta, também, que a ativista alemã Clara Zetkin (1857 – 1933) foi a primeira pessoa a falar sobre a necessidade da criação da data. Ela propôs, então, durante uma conferência, em 1910, um dia destinado para as mulheres. O objetivo era criar uma agenda de manifestações pela igualdade entre gêneros.
A coluna Delas foi às ruas de Porto Alegre ouvir das leitoras qual o maior desejo para o Dia Internacional da Mulher, que ocorre amanhã. O pedido é o mesmo desde 1910: direitos iguais.
Elas opinam
— Eu gostaria que diminuísse bastante o índice de feminicídio. Não tem explicação uma menina de 13 anos ser assassinada por um garoto de 15. Queria também que a mulher fosse mais valorizada no trabalho.
Claudia Borges, 58 anos, Eldorado do Sul
— Desejo que a idade não seja mais um empecilho para a validação no mercado de trabalho. Mulheres mais novas são as preferidas. Isso é meio machista, porque é a maioria dos homens que estão no topo do mercado de trabalho e a preferência, na hora de contratar, é das novinhas.
Márcia Passos Rodrigues, 37 anos, Rio Grande
— Desejo muita paz, mas, principalmente, mais respeito. Os homens não têm esse sentimento com as mulheres, ainda somos muito desvalorizadas. Às mulheres, quero muito amor, porque está faltando em todos os sentidos.
Rejane Gonçalves Farias, 62 anos, Porto Alegre
— Meu pedido é menos misoginia (discriminação e preconceito contra mulheres por razões da condição de sexo feminino) e machismo. Quero que as mulheres tenham boas oportunidades de emprego. Desejo que a gente possa andar com segurança na rua, sem medo de colocar uma roupa curta. Gostaria de me sentir mais segura.
Raquel de Sousa Queiroz, 30 anos, Porto Alegre
— Que a gente tenha mais direitos, porque falta demais.
Cristina Pereira da Silva, 45 anos, Cachoeirinha
Muito prazer, eu sou a Gio
Olá, leitora, sou a Giordana Cunha. Mas pode me chamar de Gio, porque nesse espaço teremos um papo como aqueles que batemos entre amigas.
Tenho 26 anos, sou formada há quase cinco, e apaixonada pelo universo feminino desde quando lia revistas femininas nos corredores dos supermercados. Fui criada por uma Maria, daquelas que faz tudo: trabalha, cuida da casa, dos filhos e ainda sobra um tempo para passar batom, que contorna um sorriso lindo.
Sou amante de uma cerveja gelada, tenho uma gargalhada escandalosa e adoro dançar até o chão. Sempre lutei por direitos iguais para todos. Mesmo reconhecendo os meus privilégios, procuro me educar sobre os preconceitos que não sofro e tentar alertar os outros sobre estes assuntos. Acredito que, juntas, podemos mudar um pouquinho a realidade em que vivemos e aprender sobre ela.
Nesta coluna debateremos assuntos de nosso interesse – inclusive, peço que sugiram os assuntos que querem ver por aqui. O meu objetivo é que essa coluna sirva como uma espécie de “tira-dúvidas”, uma fonte de inspiração e de informação para todas nós.
Eu me comprometo a colocar as mulheres como protagonistas em todas as histórias que eu contar por aqui.
Com licença, homens, mas esse espaço é Delas.