PIQUETCHÊ DO DG
Jovem acordeonista faz campanha para comprar instrumento novo
Ana Lindmann, 20 anos, quer substituir a atual gaita, que está desgastada, para seguir na música
Para realizar um sonho, Ana Luíza Lindmann, 20 anos, abriu uma vaquinha virtual com o objetivo de levantar o valor de um acordeon novo. A jovem compartilhou em suas redes sociais um vídeo em que mostra detalhes da sua atual gaita, que está desgastada, com parafusos faltando e desafinando. Ao Piquetchê, Ana contou que sua história com a gaita começou em casa, na cidade de Cristal.
– Eu toco gaita há uns 12 anos. Na família por parte do meu pai tem músicos, pessoas que cantam e que tocam. Meu avô toca gaita, a famosa gaita ponto. Comecei com ele, vendo meu pai e meu avô cantarem e tocarem em festa de família ou em baile no CTG. Quando eu tinha uns quatro ou cinco anos, meu avô começou a me ensinar valsinhas, que aprendi com muita facilidade. Quando eu já tinha uns oito anos, decidi tocar a gaita piano. Depois disso, meus pais me colocaram para fazer aulas – detalha a acordeonista.
Aos 15 anos, Ana conseguiu uma bolsa para estudar no Conservatório de Música, da Universidade Federal de Pelotas.
– Fiquei animada por conseguir me aprimorar em outros estilos musicais, não só no tradicionalista. Fiquei todo o ano de 2019 estudando, aprendendo mais da música latino-americana e também da clássica – conta.
Todo aprendizado já foi reconhecido em festivais. Ana foi campeã na modalidade Gaita Piano no Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart), em 2022. Também já participou de alguns eventos, como o Rodeio de Vacaria e o Festival Internacional da Gaita, idealizado por Renato Borghetti.
– Em 2022, fui para Bahia participar do Festival de Sanfoneiros. Gravei uma música clássica para a seleção e consegui passar em primeiro lugar. Foi um baita festival. Não ganhei nada, mas só de viver essa experiência valeu muito. Desde lá, publico mais vídeos no Instagram e, hoje, alguns músicos que eu admiro me seguem – relata.
A gaita atual não foi só de Ana. Em 2019, ela e seus pais compraram o instrumento seminovo por falta de recursos para investir em um novo. À época, segundo a jovem, o valor foi arrecadado por meio de rifa.
– Estudando mais da música, percebendo a minha evolução no acordeon, sei que preciso de um novo. A gaita vem apresentando problemas, resolvi abrir uma vaquinha e também sigo trabalhando com música, tocando em lugares, fazendo gravações – diz a acordeonista, que atualmente estuda Direito, em Porto Alegre.
Segundo Ana, o mercado de instrumentos como o acordeon está valorizado, pois é feito com materiais importados. O valor do instrumento que ela deseja comprar é de cerca de R$ 40 mil, da Pampiana.
– A minha ideia é alcançar o Brasil com a música. Vim do meio tradicionalista, sou gaúcha, mas não me restrinjo. Gosto de outros ritmos e de conhecer outras culturas. Futuramente pretendo continuar tocando a gaita e quem sabe ter um projeto diferente. Imagina, que legal seria uma gaúcha tocar forró? – diz, com animação.
Para conhecer mais do trabalho de Ana, confira no Instagram @analindmann.
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