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Letícia Mendes: "A lacuna dos sonhos"

Jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano

20/03/2024 - 19h02min


Leticia Mendes
Leticia Mendes
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Agência RBS / Agência RBS
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Você sabia que pesquisas apontam que meninas têm três vezes menos probabilidade de receber um brinquedo ligado à ciência do que um garoto? É possível que sim, se tiver sido atingida, como eu, por um vídeo que voltou a viralizar nos últimos dias nas redes sociais. É uma campanha criada lá em 2018 pela Barbie, a boneca mais famosa do mundo, que alerta para as diferenças de gênero e como isso impacta na vida das meninas e, claro, no futuro das mulheres.

A campanha é baseada em estudos de universidades dos EUA que mostram que a partir dos cinco anos as meninas começam a perder a confiança e a enxergar garotos como mais inteligentes. No vídeo, garotinhas de diferentes perfis nos contam que é a partir dessa idade que param de crer que podem ser presidentes, cientistas, astronautas e engenheiras. Ou o que mais sonhem ser. Afinal, os meninos são mais incentivados a ocuparem essas posições.

Esse fenômeno é o que chamam de dream gap, a “lacuna dos sonhos”, ou distância entre as meninas e o seu potencial. Uma das personalidades que compartilhou recentemente o vídeo foi Viola Davis, atriz negra mais indicada ao Oscar, que ganhou uma versão sua da boneca no Dia Internacional da Mulher. Viola que, por sinal, teve uma infância muito pobre e um início de carreira nada fácil.

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Aqui no Brasil, a indígena Maira Gomez, da etnia Tatuyo, no Amazonas, também ganhou uma versão sua da boneca, no início deste mês. Criadora de conteúdo, ela compartilha nas redes sociais o dia a dia de sua comunidade e cultura. Não custa lembrar que, no vídeo que citei aqui, as garotinhas nos alertam que é preciso ver mulheres brilhantes sendo brilhantes para que meninas possam se imaginar fazendo o que elas fazem.

E por que abordar isso aqui? Por que, creio eu, não adianta alertarmos tantas vezes para a violência contra as mulheres se não mudarmos a raiz do problema: a forma como criamos meninos e meninas. Respeitar as mulheres e suas vidas é essencial, mas criar oportunidades, também. E isso passa pelo quanto elas sonham.



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