Coluna da Maga
Magali Moraes: tá na validade?
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Com tanta coisa pra se preocupar no mundo, ainda tem a validade dos produtos que a gente consome. Tipo aquele catchup, sabe-se lá desde quando acampado na geladeira. O problema é esse, o quando. Passam dias, semanas, meses, anos. Por fora, tudo parece normal. Por dentro, é perigoso. Quem quer ser premiado com um piriri e passar mal? Os desatentos nem lembram de olhar a data de validade na embalagem. Mas sempre tem alguém que confere e torce o nariz.
“Tá vencido!”, anuncia na mesa. O catchup inteiro vai de arrasta, azar de quem estava com vontade. E fica aquela dúvida no ar: será que tem outro perigo rondando o lanche? Imediatamente todos suspeitam da mostarda e da maionese. O coitado do cachorro-quente já perdeu a graça. E a salsicha?! Melhor buscar no lixo a embalagem pra verificar a data, discretinha em algum canto, quase sumida. Se der pra ler, claro. Aproveita e pergunta se o pão tá novo ou é dormido. Dormiu muito ou foi só um cochilo?
Firme
Minha vó seguia consumindo produtos com a validade passada, e ainda ria da nossa cara. “Sou de 1920 e tô firme”. Pausa pra saudade, que essa nunca vence. Se a minha vó ainda estivesse aqui, garanto que continuaria pensando assim. Eu costumo respeitar as datas dos alimentos. Agora as dos remédios, fico tentada a burlar. Um mês ou dois, eu corro o risco. Falo em medicamentos comuns, nada que salve vidas. Daqui a pouco, tem novo aumento na virada do mês. Isso, sim, prejudica a nossa saúde.
Já que é Sexta-feira Santa, alguém lembrou de conferir a validade do bacalhau? O peixe fresco tá fresco mesmo? Alimentos congelados: essa dúvida talvez você também tenha. Vale até quando o congelamento? Que medo daquela carne esquecida nos confins do gelo. Mas hoje é feriado, e ninguém quer crucificar o freezer. Te desejo uma ótima Páscoa, com muito amor no coração. O coelhinho não merece ser recebido com cenoura velha, hein? Lembrei dos chocolates! Disfarça e olha a validade.