Três árvores caídas no leito do Arroio Sarandi causam apreensão aos moradores da Alameda Cinco, nas imediações do número 50, na Vila Minuano. A via fica às margens do córrego no bairro Sarandi, em Porto Alegre. Desde a tempestade de 16 de janeiro, a vizinhança aguarda pela remoção dos troncos e galhos e do lixo acumulado no trecho.

Na quinta-feira (29), a reportagem de GZH foi conferir a situação que ocorre em ponto localizado entre a ponte de madeira da Travessa Dois Vila Minuano e a travessia da Avenida dos Gaúchos. Além das árvores de grande porte caídas, há objetos como colchões, portas, sofás, tecidos, pneus e muito lixo boiando na água e também espalhado nas margens. A preocupação dos moradores também ocorre em relação à proliferação de mosquitos.

O líder comunitário Joaquim Ferreira, de 61 anos, conta que já abriu protocolo para a retirada das árvores junto à subprefeitura do bairro. Mas até agora, o pedido não foi atendido. 

— O risco do acúmulo do lixo é a epidemia da dengue. Não adianta fazer campanha para cuidamos dos vasos dentro do pátio e ver um valão desses com a água parada. O que eu vejo é a proliferação do mosquito — critica.

Quem vive no local diz que não aguenta mais a situação.

— Cada chuvinha que dá alaga o valão, a água sai para fora e inunda as casas. Ninguém vem para resolver o nosso problema — reclama o morador e profissional autônomo Luiz Carlos Castilho, 60.

A água aparenta estar bastante poluída, tem cheiro ruim em alguns pontos e a sujeira acumulada atrai ratos e insetos. O matagal cresce nas margens e agrava o cenário.

— Para nós está complicado, porque a água do valão não corre. Quando chove muito, não durmo por medo de inundar a minha casa — conta a dona de casa Simara Rocha Ramos, 39.

A cuidadora de idosos Ivonete Passo Moraes, 46, olhava com indignação para as águas do arroio de cima da travessia de madeira que separa a Alameda Cinco da Avenida Dique.

— Essa é a pior vila da cidade. Foi abandonada por todo mundo — desabafa.

O que diz a prefeitura

A prefeitura informou, por meio do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), que as árvores serão retiradas pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSurb) na próxima semana. Também disse que está frequentemente na região, fazendo a dragagem do arroio, mas que o lixo das margens é de responsabilidade do Departamento Municipal de Lixo Urbano (DMLU). A reportagem entrou em contato com o DMLU para posicionamento sobre a situação e aguarda retorno.