A designer Maria Eduarda da Silva Lima, de Cachoeirinha, vai representar o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS) em uma premiação internacional que seleciona os alunos mais criativos do mundo. A gaúcha ficou em primeiro lugar na etapa nacional do Certiport's Adobe Certified Professional World Championship, que premia estudantes com as melhores habilidades nas plataformas Adobe Illustrator e Photoshop. 

A estudante de 21 anos foi selecionada entre 152 candidatos brasileiros de 16 a 22 anos, de 15 Estados, e vai participar da final da competição nos Estados Unidos, concorrendo com representantes de mais de 80 países. O resultado foi anunciado no dia 10 de abril, e a etapa final acontece em Anaheim, na Califórnia, entre 28 e 31 de julho. 

— Estou muito emocionada e feliz de ter essa oportunidade de representar o Brasil, eu nunca viajei para fora do país. Essa conquista me fez perceber que todos esses anos de estudo e empenho valeram a pena. Espero que dê tudo certo e que a gente consiga trazer mais uma medalha para o Brasil nesse campeonato. Já temos a prata, e agora vamos atrás do ouro. 

Maria Eduarda se formou em Comunicação Visual pelo Senai Artes Gráficas, em 2019, trabalha na área há seis anos, mas continua se aperfeiçoando por meio de cursos de Design Digital na mesma instituição. Entre eles, Calibração de monitores e Psicologia das cores, e ela não pretende parar. 

— Não me vejo fazendo outra coisa, eu amo muito o que faço, sempre estou atrás de mais conhecimento e oportunidades para ser uma profissional completa e realizada — afirma. 

No ano passado, a designer ganhou medalha de prata na competição WorldSkills, que abrange diversos cursos técnicos de educação profissional e tecnológica, incluindo Design Gráfico. Agora, ela se prepara para a etapa internacional do campeonato da Adobe.  

O Senai vai auxiliar com as despesas de transporte e hospedagem, e a estudante está tirando passaporte e visto americano para viajar. A disputada final oferece prêmios de US$ 2 mil a US$ 8 mil, mais entradas para a Disneyland para todos os finalistas. 

O desafio é ter criatividade 

Na etapa nacional da premiação, os alunos passam por uma prova de criatividade – eles são desafiados a prepararem peças gráficas para divulgação de ações de organizações sem fins lucrativos. Neste ano, os estudantes tiveram três horas para desenvolver um projeto para a ONG Grupo Brasil Vida, que desde 1997 atua para garantir os direitos das pessoas idosas. Todos os projetos foram oferecidos gratuitamente à entidade.  

Os candidatos ficam sabendo do desafio na hora da prova, que neste ano foi no dia 23 de março, em diversas capitais. Maria Eduarda utilizou as ferramentas da Adobe para criar peças das campanhas para as redes sociais, e teve seu trabalho escolhido entre os 152 participantes.

A segunda colocada no Brasil foi Manuela Pellegrini Tadeu, 20 anos, de São Paulo, que vai acompanhar a gaúcha na aventura nos EUA. Os brasileiros estiveram no pódio mundial nas três vezes em que participaram do campeonato, desde 2021. A competição internacional teve sua primeira edição em 2009, mas foi trazida para o Brasil há quatro anos pela ENG DTP & Multimídia. O país ficou no top 3 em todos esses anos de participação. 

Na primeira edição da competição no país, Gustavo Oliveira, de Goiânia (GO), foi o vice-campeão mundial entre representantes de 80 países. Feito repetido no segundo ano de participação brasileira, quando Manoela Campos, de Porto Alegre, foi vice colocada geral. E no ano passado o Brasil conquistou mais um pódio, desta vez com Egberto Oliveira, de Maceió (AL), na terceira posição geral da competição entre 164 criativos de 82 países.  

— A Seletiva Brasil 2024 teve um nível bastante alto, com trabalhos de grande qualidade e criatividade. Certamente estaremos muito bem representados em julho — comentou Rodrigo Arndt, Head da Adobe Brasil para Digital Media. 

Maria Eduarda conta que foi fundamental a ajuda da treinadora, Karine Collioni, do Senai-RS, que a orienta desde 2018. Ela diz que, para se preparar, foi importante analisar os critérios exigidos pela Adobe e trabalhos selecionados nos anos anteriores. Para se inscrever na premiação, o aluno precisa comprovar que sabe usar os softwares. É necessário realizar uma prova online, promovida pela Certiport, instituição vinculada à Pearson.