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Região Metropolitana 

Familiares aguardam para fazer reconhecimento de corpos após desabamento de túmulos em cemitério de Alvorada

Prefeitura afirma que chamará proprietários de jazigos para que seja feita a identificação das ossadas e que disponibilizará exame de DNA se houver necessidade 

03/04/2024 - 21h12min


Guilherme Milman
Guilherme Milman
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Guilherme Milman / Agência RBS
O muro do bloco E desmoronou com a chuva no último dia 30, e uma lona foi colocada sobre a estrutura.

Familiares de pessoas enterradas no cemitério municipal de Alvorada, na Região Metropolitana, pedem ajuda para identificar os corpos que estavam em túmulos que desabaram durante uma chuva na madrugada do último sábado (30). O muro do bloco E desmoronou, e uma lona foi colocada sobre a estrutura. A prefeitura estima que 70 a 90 túmulos foram atingidos.

Na manhã desta quarta-feira (3), diversas pessoas estiveram no local, aflitas, sem saber como proceder. Iana Santos da Silva, 44 anos, ficou sabendo pela televisão que a ala que desabou era onde estavam enterrados sua mãe, seu pai e seu irmão. O último enterro havia ocorrido há oito anos.

— Eu só fui ter certeza de que era a quadra onde estavam meus familiares quando cheguei no cemitério. Ainda não sei (como vou identificar), conversei com a prefeitura e agora é aguardar os trâmites — conta.

Dalva Teresinha Martins passa pelo mesmo problema. Dez anos depois de enterrar a filha, a moradora de Alvorada terá de repetir o processo.

—Vou ter que viver tudo de novo, todo o sofrimento. Jamais pensei que passaria por isso outra vez — lamenta.

A prefeitura afirma que irá organizar os números dos jazigos e chamar cada proprietário para que seja feito o reconhecimento. A partir daí, os corpos serão encaminhados para nova galeria

Um legista deverá ser contratado para realizar teste de DNA nos casos em que a identificação não seja possível. O secretário municipal de serviços urbanos, José Luís Corrêa, garante que, até o momento, não foram encontradas ossadas fora dos caixões ou misturadas a outros corpos:

— Como as gavetas caíram inteiras, não teve nenhum problema visualmente. Posteriormente, quando nós tirarmos os escombros, teremos como ver se alguma gaveta foi danificada. Se foi danificada, chamaremos os parentes e, se eles não tiverem o reconhecimento, nós faremos o DNA que for necessário.

A causa do desabamento

Frequentadores do cemitério alegam problemas estruturais e falta de manutenção no local teriam provocado o desabamento.

— O cemitério está completamente abandonado, todas as galerias estão precárias — afirma Iana Silva.

Já a prefeitura atribui o desabamento à força da chuva, que teria provocado um deslizamento.

— Não houve (falta de manutenção). Como o terreno é em um desnível, atrás fica a terra.  O desmoronamento empurrou a terra que causou isso, não teve relação com a falta de manutenção — afirma o secretário. 



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