Coluna da Maga
Magali Moraes e a amizade saudável
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Tenha amigas pra trocar conselhos, roupas, receitas e até resultados de exames médicos. Pois é, acontece nas melhores amizades. Esse dia chega. Ou seria a idade chegando? Quando a gente achava que já tinha compartilhado tudo, surgem novas possibilidades: glicemia, hemoglobina glicada, ferritina, colesterol, plaquetas. Agora, sim, vai dar pra dizer que uma conhece a outra do avesso. Até os triglicérides serão revelados (mesmo não entendendo bem o que significam).
Amigas sabem diagnosticar corações partidos, dores de cotovelo, frustrações no trabalho, angústias existenciais e ansiedades da vida adulta em geral. Amigas também sabem que não se automedica, muito menos se medica a bestie (a menos que a melhor amiga seja Dra.). Atire a primeira Nimesulida quem nunca prescreveu uma barra de chocolatinho, um chazinho, uma tacinha de vinho, um filme levinho pra levantar os ânimos da pessoa que não tem o seu sangue, mas é uma irmã escolhida.
Comparações
Comparar exames de rotina, como a gente ainda não tinha feito isso?! Uma das poucas comparações que fazem bem, mesmo que os resultados estejam ruins. Que lindo amigas que se incentivam a cuidar da saúde, comer direito, dormir mais e se estressar menos. Podemos ajudar a não esquecer de ir na consulta, a marcar logo a colonoscopia. Somos confidentes de especialidades médicas. Queremos indicar o melhor especialista em joelho pra seguir caminhando juntas (no parque e na vida).
É outro nível de intimidade mostrar índices de anticorpos, ureia, T4 livre e creatinina. Como me disse uma amiga esses dias: “Cada coisa que se compartilha, né? Antes eram conquistas, filhos, emprego. Agora são exames”. Guriaaa, ainda não chegamos na fase de comparar calcinhas pra incontinência urinária. Mas se for pela nossa saúde, bora lá. Amigas na menopausa podem incluir mais esse tema na roda e trocar dicas, experiências hormonais, calorões, insônias e segredinhos de bem-estar.