Coluna da Maga
Magali Moraes e o Dia dos Bobos
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Mentira que já é primeiro de abril?! Recomendo atenção redobrada hoje. Sabe como é, tem sempre algum engraçadinho (ou piadista de plantão) querendo se divertir às nossas custas. Eu jamais pregaria uma peça em você, pode ficar tranquilo. Aliás, prefiro chamar essa data de Dia dos Bobos, me parece menos maldosa do que o Dia da Mentira. Estamos mais acostumados a fazer papel de bobo e já nem ligamos, então que seja uma bobagenzinha inocente tipo os trotes de telefone da minha infância.
Você lembra? “Alô, moço… tem um carro gelo estacionado na frente da casa? Não? Ihhh, já derreteu”. Piadinha do nível A Praça É Nossa, bons tempos aqueles. Sem graça mesmo é a gente atender o telefone e ser (de novo!) a bandidagem dos presídios tentando roubar o nosso dinheiro. Rá Rá Rá. Também ninguém aguenta mais as mentiras ensaiadas de celular clonado. Tem que desconfiar até da própria sombra, senão cai na conversa. Golpe, só o de sorte, com acontecimentos bons e inesperados.
Opinião
Nas redes sociais, todo dia é Dia dos Bobos (nós, no caso). Anúncios chatos nos perseguem insistentemente no feed, pessoas mais chatas ainda possuem opinião formada de tudo, famosos e influenciadores ostentam o que não têm (inclusive cérebro). Quem é bobo de acreditar na grama com filtro super verde do vizinho? Mas acredita. E se compara, sofre de ansiedade, desanima e tal. Não faça isso com você, a vida real é muito mais bonita, interessante e inspiradora, apesar dos perrengues.
Falando em Dia dos Bobos, houve um tempo em que chamar alguém de boboca era uma ofensa. Boboca, bobalhão, abobalhado. Soa tão ingênuo, perto dos xingamentos atuais. Muda o mundo, e eu me pergunto: ainda se fica bobo de amor? Tomara que sim. Agora pensa comigo: o Dia dos Bobos cair em plena segunda-feira não tem cara de pegadinha? O esperado é a gente começar a semana de um jeito produtivo e focado, não brincando. Ou será que bobo é quem se leva a sério demais?