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Cenário crítico

Ocupação diminui, mas emergências de Porto Alegre seguem superlotadas

Situação faz hospitais atenderem apenas casos com risco de morte nesta segunda-feira (8)

09/04/2024 - 11h45min

Atualizada em: 09/04/2024 - 11h45min


Vinicius Coimbra
Vinicius Coimbra
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Jonathan Heckler / Agencia RBS
Clínicas também estava superlotado na segunda-feira (2), quando GZH esteve no hospital.

As emergências adultas de hospitais e unidades de pronto-atendimento de Porto Alegre operam com 181,9% da capacidade, na tarde desta segunda-feira (8). O percentual é inferior ao que foi registrado na semana passada, quando a superlotação superou 200%, ou seja, mais que o dobro da capacidade.

O caso mais grave entre os hospitais é na emergência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). O centro de saúde tem 56 leitos, mas havia 132 pacientes internados e outros quatro à espera por atendimento na última atualização, no início da tarde. O dados estão disponíveis neste link.

— Não há nenhuma doença ou fato específico causando isso. É a demanda habitual de pacientes com diversas patologias e que precisam de leitos de internação. A superlotação é praticamente crônica. Hoje estamos um pouco melhor do que na semana passada, mas ainda são números além da nossa capacidade — afirma Daniel Pedrollo, chefe da emergência do Clínicas.

Segundo o hospital, a lotação média da emergência tem aumentado nos últimos anos. Em levantamento que analisa dados de março, a taxa média mensal de ocupação saltou de 92 pessoas em 2022 para 131 neste ano, uma diferença de 42,3%.

Essa situação faz a emergência do Clínicas atender apenas casos com risco de morte nesta segunda. O mesmo protocolo foi adotado na Santa Casa, que tem taxa de ocupação de 178,5%.

O Hospital São Lucas (HSL) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e o Instituto de Cardiologia (IC) também tiveram de restringir atendimentos por conta da superlotação nesta segunda; por isso, por volta das 20h30min, apenas casos graves eram atendidos nos dois centros de saúde.

Lotação dos hospitais da Capital por volta das 17h30min desta segunda:

  • HCPA: 235,7%
  • Conceição: 117,6%
  • Instituto de Cardiologia: 192,8%
  • Santa Casa: 178,5%
  • São Lucas: 150%
  • Hospital Restinga: 216,6%
  • Hospital Vila Nova: 142,3%

As emergências pediátricas estavam com 104,9% de lotação durante a tarde.

UPAs também lotadas

As unidades de pronto-atendimento (UPAs) da Capital também estão superlotadas. A do bairro Bom Jesus é a que apresenta maior taxa de lotação na Capital. São sete leitos disponíveis, mas, por volta das 17h30min, 34 pessoas eram atendidas no local e outras 41 aguardam por assistência. O tempo de espera chegou a quase quatro horas durante a tarde.

Na Unidade de Pronto Atendimento Moacyr Scliar, na zona norte da Capital, a espera por assistência passa de seis horas. Segundo a prefeitura de Porto Alegre, a maioria dos pacientes das UPAs busca atendimento por conta de sintomas gripais, distúrbios gastrointestinais e casos clínicos em geral.

Lotação das UPAs por volta das 17h30min desta segunda:

  • Pronto-atendimento da Bom Jesus: 485,7%
  • Pronto-atendimento da Cruzeiro do Sul: 344,4%
  • Pronto-atendimento da Lomba do Pinheiro: 212,5%
  • Unidade de Pronto-Atendimento Moacyr Scliar: 229,41%

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