Atenção
Dmae alerta para risco de falta de água em 21 bairros de Porto Alegre; veja a lista
Nível do Guaíba atingiu 4m23cm no Cais Mauá na madrugada. Água invade ruas e deixa áreas alagadas na Zona Norte, Sul e Centro da Capital
O Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) informou nesta sexta-feira (3) que suspendeu a operação de todo o Sistema de Abastecimento de Água (SAA) Moinhos de Vento. A medida foi tomada em razão da inundação, comunicou nas redes sociais o órgão. A suspensão da operação poderá afetar o abastecimento em 21 bairros de Porto Alegre.
Os bairros que poderão sofrer desabastecimento ou baixa pressão são:
- Auxiliadora
- Azenha
- Bela Vista
- Bom Fim
- Centro Histórico
- Cidade Baixa
- Farroupilha
- Floresta
- Independência
- Jardim Botânico
- Menino Deus
- Moinhos de Vento
- Mont’Serrat
- Partenon
- Petrópolis
- Praia de Belas
- Rio Branco
- Santa Cecília
- Santana
- São João
- Três Figueiras
O Dmae comunica ainda que não tem previsão para retornar a operação do sistema.
Nível do Guaíba
Em razão da chuva que atinge o Rio Grande do Sul, o nível do Guaíba está em alta progressiva desde a terça-feira (30) e, na madrugada desta sexta-feira atingiu 4m23cm, superando o nível da da cheia de novembro de 2023, quando chegou a 3m46cm. Trata-se, agora da segunda maior marca, ficando atrás apenas dos 4m76cm na enchente de 1941.
Conforme Pedro Luiz Camargo, hidrólogo da Sala de Situação do Estado, os prognósticos indicam que a água pode superar os níveis das cheias de 1941:
— As projeções ainda indicam que ele vai ultrapassar as cheias de 1941, atingindo 5 metros até o final da tarde de sexta. Desta forma, as populações residentes da zona sul de Porto Alegre, Barra do Ribeiro, Guaíba, Eldorado do Sul e as Ilhas do Guaíba serão as mais atingidas.
Calamidade pública
A prefeitura de Porto Alegre emitiu decreto na noite desta quinta-feira (2) declarando estado de calamidade pública em virtude da chuva que atinge a Capital e o Estado.
O desastre é classificado como de nível 3, com base na portaria nº 260/2022 do Ministério de Desenvolvimento Regional, que define que há danos humanos, materiais e ambientais, além de prejuízos sociais e econômicos.
Com o decreto de calamidade pública, a prefeitura fica autorizada a empregar todos os recursos e voluntários na assistência à população e no restabelecimento dos serviços. Também fica autorizada a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem sob o gerenciamento da Coordenação da Defesa Civil.
Chuva no RS
A Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão sustenta que o governo conta com uma reserva prévia de R$ 117 milhões para projetos relacionados a desastres naturais com base no orçamento aprovado para 2024.
De acordo com a pasta, o valor inclui ações como repasses a fundos municipais de Defesa Civil, auxílio a famílias atingidas por fenômenos climáticos, recuperação de áreas deterioradas, entre outras, mas não foi fornecida uma tabela com o detalhamento de todos os valores. Um levantamento extraoficial realizado por GZH na versão digital do orçamento para 2024 identificou uma previsão de que sejam destinados pelo menos R$ 111 milhões a iniciativas classificadas sob os termos "Defesa Civil", "desastres ambientais" e "controle ambiental" — a contabilidade final pode variar conforme os critérios de pesquisa.
O financiamento do sistema responsável por evitar, amenizar e atender ocorrências relacionadas à severidade do clima se tornou motivo de polêmica nos últimos dias e foi abordado pelo governador Eduardo Leite, na quarta-feira (1º), durante entrevista coletiva sobre o cenário de emergência vivido por conta do alto volume de chuva. A manifestação foi feita após o deputado estadual Matheus Gomes (Psol) publicar em redes sociais que o Piratini havia previsto somente "R$ 50 mil para a Defesa Civil em 2024".