Coluna da Maga
Magali Moraes: heróis e heroínas
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Neste domingo, vamos ter um Dia das Mães diferente, sem nenhum clima pra comemorações. Por outro lado, com muito a celebrar. As homenagens vão pra quem se voluntariou nos resgates e em todas as formas de auxílio. Seja em Porto Alegre, Região Metropolitana e áreas críticas do Estado. Gente fazendo marmita. Recolhendo dinheiro, comprando e distribuindo doações. Doando seu tempo e ajudando nos abrigos. Rezando. Acolhendo em suas casas. Ou apenas não atrapalhando nas ruas.
Essas atitudes são o orgulho de toda mãe, você concorda? Impossível não se comover. Em meio a tanta tragédia, dá um quentinho no coração ver o esforço enorme dos bombeiros resgatando bebês, idosos e teimosos que não querem sair de casa (tem que sair). Todo mundo vira o William Bonner, querendo divulgar as notícias pra alertar geral. Mas tem muita fake news circulando, algo que deixa qualquer mãe enfurecida. Sem falar nos filhos da mãe que se aproveitam pra dar golpe, assaltar e gerar medo.
Otimista
Esses dias, falei aqui que maio vai ser o mês da reconstrução. Posso fazer uma errata? Fui otimista demais. O ano de 2024 será pouco pra reconstruir casas, bairros, cidades inteiras. Passar por uma experiência avassaladora como essa deixa todo mundo aos pedaços. O famoso colinho de mãe até ajuda, mas não consegue amenizar essa dor que a gente sente, a angústia de não estar ajudando o suficiente, a falta de concentração, a insegurança, a exaustão emocional, a vontade de chorar.
O Guaíba chorou por todos nós. E não está sendo fácil secar essas lágrimas que inundaram o Estado. Mães também ensinam os filhos a serem resilientes, corajosos e não desistirem dos seus sonhos. Nesse momento, todos os gaúchos estão sonhando igual: queremos nossa vida de volta, do jeito que dá. Aos poucos, como quem aprende a engatinhar de novo e a se levantar. Vai doer muito ainda, haja sopro mágico de mãe pra curar essas feridas. Desejo dias melhores: um dia de cada vez.