Coluna da Maga
Magali Moraes: piores momentos
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Muito ainda será falado sobre a calamidade que estamos enfrentando no RS. E é preciso manter os olhares do Brasil e do mundo aqui pra vir mais ajuda. Nesse turbilhão de acontecimentos, os melhores momentos todo mundo vê, se emociona e compartilha. Como o resgate do cavalo Caramelo, que virou símbolo de resiliência ao aguentar firme em cima de um telhado ilhado em Canoas, sem água e comida, até seu resgate. Por outro lado, estamos vendo situações que envergonham a humanidade.
A primeira é a inundação de fake news que só aumenta o caos distorcendo os fatos, confundindo e atrapalhando. O que é verdade? A angústia que dá. Tem outra situação gravíssima, a bandidagem dando golpes no Pix. Uma cretinice tirar proveito da desgraça de um Estado inteiro. Quantas pessoas sem condições de ajudar, doando o que podem, pro dinheiro cair em mãos erradas. Triste também é ver “doações”, assim entre aspas. Salto alto e calçados arrebentados?! Isso é descarte de lixo numa hora dessas.
Voluntários
Voltando aos criminosos, tem os que fingiram ser do resgate pra assaltar pessoas ilhadas. Os que saquearam casas abandonadas, roubaram barcos, jet skis e instrumentos fundamentais de trabalho dos voluntários. Segue a lista: brigas entre facções, tumultuando ainda mais a vida. Nesse ranking dos piores momentos vistos até agora, eu entrego o troféu Canalha Do Ano para os homens que abusaram sexualmente de mulheres e crianças nos abrigos. Inacreditável e chocante!
Desculpa o desabafo. Daqui pra frente, prometo manter a esperança e acreditar que as boas notícias vão ganhar disparado das ruins. Li em algum lugar uma verdade: o que a pandemia nos afastou, essa enchente vai nos unir. Já está acontecendo. Os melhores momentos devem ficar marcados pra sempre na nossa memória. Uma tragédia superada com solidariedade. Que as grandes empresas ajudem a recuperar a economia do Estado. Que os micro e pequenos empresários sobrevivam bravamente.