Quem ajuda precisa de ajuda. As pessoas que hoje são refugiados das chuvas nas casas de parentes e amigos, por mais que não queiram, representam uma mudança nesses lares. Geralmente, quem recebe tem solidariedade de sobra, mas o que não sobra é colchão, cobertor, comida, água e roupa de inverno. Os espaços comunitários, como associações de moradores, entidades sociais e até iniciativas de arrecadação nas periferias, são as únicas esperanças. Porém, esses espaços e pessoas estão em estado de esgotamento, eles não têm mais energia para lutar e a fadiga física e emocional está batendo. 

Essas pessoas precisam de nossa ajuda agora, precisamos identificar próximo a nós quem são os ajudadores e dar a eles suporte. Não vou ficar aqui dizendo como você pode ajudar, porque são situações específicas que vão desde um ombro para que a pessoa possa desabafar até mesmo ser o motorista da vez. A única forma de saber o que essas pessoas precisam é estando perto. 

Sei que alguns acham que mandar uma mensagem é suficiente, mas só o olho no olho às vezes pode resolver. A verdade é que está na hora de passar o bastão da solidariedade, esse desgaste é natural quando falamos de tragédias como essa, mas temos que lembrar que isso não é uma corrida curta, mas uma maratona. Quem está nos últimos 15 dias nessa jornada não aguenta mais, precisa de revezamento. Se você que está lendo se encontra neste esgotamento, saiba a hora de pedir um tempo. Por mais que pareça que você não pode parar, lembre-se que, se você cair duro agora, as pessoas terão que se virar na sua ausência para sempre, então pedir que se organizem por algumas horas é a melhor opção. Cuidar de quem cuida, agora, é uma das maiores urgências.