Quais são as alternativas ao álcool 70%, que teve a venda proibida no Brasil?

Desde o dia 30 de abril, a venda de álcool líquido 70% não é mais permitida para o público geral no Brasil. Outros produtos, no entanto, podem substituí-lo na desinfecção de objetos, superfícies e mãos (veja abaixo).

A comercialização do álcool 70% já havia sido proibida em 2002, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permitiu a venda do produto em 2020, por causa da pandemia de covid-19. O prazo da permissão encerrou e agora, o produto, que é considerado perigoso, voltou a ser proibido – apenas profissionais de saúde continuarão tendo acesso, em ambientes hospitalares.

De acordo com especialistas, o álcool líquido 70% foi substituído pelo gel em 2002 por causa de possíveis acidentes. O produto é altamente inflamável.

Há produtos que podem ser uma alternativa ao álcool 70% para a desinfecção de objetos e superfícies, conforme recomendação da Anvisa:

• Hipoclorito de sódio a 0,5%
• Alvejantes contendo hipoclorito (de sódio, de cálcio) a 2-3,9%
• Iodopovidona (1%)
• Peróxido de hidrogênio 0,5%
• Ácido peracético 0,5%
• Quaternários de amônio como cloreto de benzalcônio 0,05%
• Compostos fenólicos
• Desinfetantes de uso geral com ação contra vírus

De acordo com Rogerio Lourega, químico industrial e professor do curso de Engenharia Química da Feevale, o álcool 46° não é indicado para limpar superfícies com o objetivo de matar bactérias e vírus. O produto poderá ser utilizado com os seguintes objetivos:

• Dissolver manchas de gordura em superfícies, tais como bancadas, fogões e azulejos, entre outros
• Remover marcas de caneta e tinta
• Remover marcas de dedos em vidros, espelhos ou outras superfícies lisas
• Remover resíduos de adesivos ou etiquetas de superfícies

Para as mãos

Uma opção para a desinfecção das mãos é o uso de álcool em gel. A outra é a lavagem com sabonete. O processo total de higienização das mãos costuma durar até 30 segundos, mas não há uma regra que determine o tempo exato.

A infectologista Teresa Sukiennik, chefe do Serviço de Controle de Infecção da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, ressalta que, para eliminar possíveis vírus ou bactérias, é importante higienizar a mão toda, e não apenas as palmas: o dorso, entre os dedos, o dedão, a ponta dos dedos e, com o auxílio de uma escova, embaixo das unhas.

*Produção: Yasmim Girardi e Lucas de Oliveira