Uma plataforma gratuita e sem fins lucrativos foi criada para conectar voluntários que oferecem marmitas a pessoas que precisam de refeições. O Acction App utiliza a localização do usuário para mostrar as solicitações mais próximas. 

A iniciativa tem ajudado na logística da corrente solidária que surgiu durante a tragédia vivida pelos gaúchos. Organizando o fluxo de informações, o sistema evita o desperdício e torna o trabalho voluntário mais eficaz. 

No aplicativo, responsáveis pelos abrigos cadastram suas demandas, informando o local, quantidade de pessoas e o tipo de refeições que precisam. Assim, as cozinhas solidárias e voluntários selecionam um dos pedidos e preparam as marmitas na quantidade necessária.

Surgimento

No último mês, centenas de pessoas tomaram a iniciativa voluntária de produzir marmitas para as vítimas atingidas pela cheia. Na intenção de ajudar, muitos faziam comida sem saber para quem doar. 

Fernanda Ribeiro, 48 anos, e a filha, Elise Ribeiro Holz, 22 anos, participavam de alguns destes grupos e perceberam que havia um problema neste processo. Fernanda relata que algumas pessoas saíam com o carro com a comida pronta e não achavam pessoas para quem entregar. 

– Todos estávamos querendo ajudar na melhor intenção, mas percebi que não estava sendo efetivo. Tinha comida indo fora e, mesmo assim, gente ficando sem comida – conta Fernanda. 

Precisando de uma solução, as duas voluntárias pediram ajuda de Evandro Holz, tio de Elise e criador do aplicativo. 

Natural de Santa Rosa, cidade do noroeste do Rio Grande do Sul, Evandro é consultor da ONU e trabalha há mais de 10 anos na área de estudos de impactos ambientais. Com o sócio Mariano Rossi, o gaúcho tem uma empresa focada na gestão de crises e desastres.

Em 2020, os empresários criaram o Acction App, para auxiliar a população e instituições governamentais em situações de crise em todo o mundo. 

Após entrar em contato com Evandro, Fernanda entendeu que o Acction poderia resolver essa incoerência entre oferta e demanda das marmitas. A plataforma, que era usada já em outros países, foi adaptada para a nossa região e problema específico. 

Elise é estudante de Gastronomia, e agora gestora da plataforma. A jovem conta que ainda há muito pela frente. 

– Todos os dias aprendo algo novo, cenários novos nos ensinam coisas diferentes. Estamos aprendendo conforme vamos tentando e errando. É período de adaptação para todos – finaliza Elise.

Produção: Camila Mendes