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Cachorro abandonado durante a enchente é acolhido em mercado de Alvorada, mas precisa de adoção

Vira-lata preto, ainda sem nome definido, está há cerca de um mês no estabelecimento. Funcionários dividem os custos para mantê-lo, porém, não têm como levá-lo para casa

12/06/2024 - 09h33min


Jean Costa
Jean Costa
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Bruce, Preto ou Neguinho? Dono de nomes temporários e energia que parece não ter fim, o cachorro vira-lata, de pelos pretos e focinho embranquecido, virou a sensação do mercado Comprão, no bairro Americana, em Alvorada. Ele foi resgatado pelos donos e funcionários do estabelecimento durante a enchente.

Acolhido no dia 5 de maio, em um dos momentos mais críticos da cheia no município, o cãozinho logo virou o mascote do local. Encontrado acorrentado em frente ao mercado e com marcas de agressões, foi o repositor e filho do proprietário, Gabriel Trisch, 18 anos, e uma das funcionárias, que o resgataram.

— A gente estava atendendo no caixa e ouvimos uma pessoa xingando o que parecia ser outra. E xingando muito, até mesmo batendo, o que vimos nas câmeras. O Neguinho até se soltou, mas deve ter sido corrido pelo antigo dono — conta.

Com o aval do pai, Gabriel contou com a ajuda dos colegas para montar a estrutura que abriga o cachorro. Agora, ele e os funcionários dividem os custos para mantê-lo abrigado no pátio ao lado.

— Ele (o pai) acolheu a ideia e também ajuda a cuidar. Estamos dividindo os gastos entre todos aqui para manter o cachorro bem cuidado e de barriga cheia. O que a gente não consegue é acompanhar a energia dele — brinca.

Pelos corredores do mercado, o cãozinho faz a alegria de todos. Entre brincadeiras e chamegos feitos pelos funcionários e pessoas que vão ao estabelecimento para fazer compras, o mascote virou um atrativo.

Eu só não levo comigo porque não tenho espaço em casa. A gente vem aqui e se diverte com o Neguinho e dá ainda mais risada com a quantidade de nomes que chamam ele — contou Felipe Pacheco, morador do bairro.

— Ele é uma graça e bem folgado. O pessoal do mercado brinca e pergunta se a gente quer um presente, mas o triste é não ter como levar. Espero que o Bruce fique por aqui — disse Maria Isabel, contadora e moradora do bairro Americana.

Ainda sem lar definitivo

Apesar de ser acolhido, os dias como morador e quase funcionário do mercado estão para terminar. Trabalhadores procuram um novo lar para o amigo pet. É que o terreno ao lado, no qual o cão passa as noites, foi alugado pelo dono do espaço. Pelas próximas semanas, o lar do pet está garantido, mas os funcionários e os proprietários já procuram uma nova casa para o novo amigo.

— A gente segue procurando um novo lar para o Neguinho. Lá em casa, o espaço é menor e já temos cachorro. Os colegas aqui do mercado também não conseguem acolher. Tem quem mora em apartamento ou quem já tem pet, o que dificulta dar uma nova casa. Não temos como manter ele aqui depois de julho, por isso, a gente quer achar um novo lar — disse Trisch.

Sem ter como acolher o cachorro, donos e funcionários se mobilizaram pelas redes sociais para encontrar um novo lar, mas sem sucesso até agora. 

— Divulgamos nas redes do mercado e oferecemos aos moradores, mas não tivemos sucesso. Eu queria ter condições de levar, mas já tenho nove gatos — lamenta Evellyn Freitas, 20 anos, caixa do mercado.

Interessados na adoção podem procurar o mercado, que fica na Rua Tibúrcio de Azevedo, ao lado de uma agropecuária, no bairro Americana, em Alvorada.


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