População em alerta
Elevação do Guaíba obriga moradores a deixarem casas novamente em Eldorado do Sul
Entre a noite de domingo e a manhã desta segunda-feira, 50 residências foram esvaziadas. Áreas da cidade já haviam sido alagadas na semana passada pela cheia do Rio Jacuí, que, em maio, deixou 90% do município submerso. Três ginásios municipais abrigam, atualmente, 201 pessoas
O avanço do Guaíba fez com que ao menos 60 pessoas fossem retiradas de casa em Eldorado do Sul. De acordo com a prefeitura, 50 residências foram esvaziadas entre a noite de domingo (23) e a manhã desta segunda-feira (24) nos bairros Saint-Souci, Sol Nascente e Itaí. Todos foram para casas de parentes.
Na semana passada, áreas da cidade já haviam sido alagadas novamente pela cheia do Rio Jacuí, que, em maio, deixou 90% do município submerso. Na noite de quinta-feira (20), um novo alerta de inundações havia sido emitido. Três ginásios municipais abrigam, atualmente, 201 pessoas.
As áreas mais afetadas estão próximas do Guaíba, como o bairro Itaí, onde, perto da praia, a água chega à altura das canelas do morador Marcelo Rodrigues, que não conseguiu chegar na sua casa.
— A água está entrando nas botas. A minha casa está cheia de barro. Não tem como entrar lá, não consegui limpar ainda — conta.
Os novos alagamentos são provocados pela incidência dos ventos sul e sudeste, que ajudam a represar o lago.
Água avança também sobre ruas da cidade de Guaíba
Em Guaíba, ao menos cinco bairros voltaram a registrar alagamentos: Centro, Ipê, Alvorada, São José é Engenho. Na orla, a água estava agitada e formava ondas na Avenida João Pessoa. Em alguns pontos, nesta manhã, apenas veículos maiores conseguiam passar.
O mesmo ocorria na Rua Marcílio Dias, no bairro Alvorada, em que a grande maioria das casas está inabitada. Muitas deverão ser demolidas, tamanho o estrago provocado pela tragédia do mês passado.
— A gente tem vindo só para tentar tirar alguma coisa que ainda restou. Qualquer chuva que dá, agora, com o rio estando alto, é o mesmo temor de que a água possa subir e ficar aqui perto. Então, a gente não tem nem condição nem previsão de quando vai poder arrumar ou limpar tudo — lamenta o morador Leandro Vacari.
Segundo a Defesa Civil do município, apenas uma família precisou ser removida no bairro São José e foi encaminhada para o ginásio do Coelhão, para onde estão sendo acolhidos os desabrigados.