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Novo avanço da água

Guaíba invade ruas, e prefeitura pede que moradores deixem a região das Ilhas

Estimativa é de que cerca de 80% da população local ainda esteja fora de casa, resultado da maior enchente da história da região, no mês passado; muitos retornam apenas para realizar a limpeza das casas

19/06/2024 - 18h02min


Guilherme Milman
Guilherme Milman
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Os poucos moradores das ilhas de Porto Alegre que haviam voltado em definitivo para casa, após a enchente de maio, estão tendo que deixar novamente a região. A medida é feita de forma preventiva pela prefeitura da Capital, que teme por uma nova grande cheia com a elevação do Guaíba.

A estimativa dos moradores é de que cerca de 80% da população ainda esteja fora de casa, resultado da maior enchente da história da cidade, no mês passado. Muitos retornam apenas para realizar a limpeza das casas — nesta quarta-feira (19), contudo, o movimento era mais baixo em razão da chuva.

Durante a manhã, o Guaíba já invadia diversos pontos de avenidas como Presidente Vargas e Nossa Senhora da Boa Viagem. As dunas de areia que se formaram após a cheia de maio represava a água, impedindo que ela avançasse ainda mais.

Um carro da prefeitura circulava em partes mais alagadiças, como a ponta da Ilha da Pintada e a vizinha Ilha Mauá, onde apenas quatro famílias permaneceram. Foi solicitado que as pessoas fossem para casas de parentes fora da região.

Ainda que a inundação não tenha atingido grande parte das residências, há previsão de mais chuva e de que o Guaíba siga em elevação até a próxima quinta-feira (20).

Apesar disso, algumas pessoas decidiram permanecer na região. É o caso do José Mauro da Silva, que retornou há uma semana para a casa da mãe, depois de ter a residência destruída.

— Eu tenho que limpar, acho que não vai sobrar nada mesmo. A gente até teme que a água avance de novo, mas aqui na minha casa é o mesmo nível do Cais Mauá, então só vai encher aqui se chegar lá.

Em meio ao alerta, equipes da Marinha do Brasil seguem com a estrutura pronta para retomar os resgates, caso seja necessário. A operação foi montada ainda no final de semana.

— A gente está mantendo aqui 30 fuzileiros navais, três embarcações e duas viaturas pesadas.  Essas viaturas são próprias para esse tipo de ação — afirma o comandante do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais em Apoio à Defesa Civil do RS, capitão de mar e guerra Carlos Eduardo Gonçalves da Silva Maia.

A unidade móvel de saúde montada na Escola Estadual Almirante Barroso teve os atendimentos suspensos com a nova cheia. A estrutura estava operando enquanto a Unidade de Saúde segue fechada. Moradores devem procurar atendimento na unidade móvel do bairro Navegantes. Foram suspensas também as consultas de benefícios sociais, que estavam disponíveis no mesmo local.


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