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Coluna da Maga

Magali Moraes e as manhãs de cerração

Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

10/06/2024 - 07h00min

Atualizada em: 10/06/2024 - 07h00min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

“Olha na janela, lá fora tá tudo branco!” Poderia ser neve, tão encantadora. Os floquinhos caindo e cobrindo as árvores, ruas, telhados, carros. Mas não. É cerração. Não se enxerga um palmo na frente do nariz. A gente já sabe: cerração que baixa, sol que racha. Enquanto ainda tá friozinho, aproveita e faz um café. Olhar a cerração no conforto de casa é até poético. O encantamento dura pouco, ainda mais se for dia de semana. Tem que sair. Capricha no desodorante porque o calor vem.

Já aviso que não tem lógica nenhuma esse parágrafo. Por mais que cerração e neblina signifiquem a mesma coisa, eu gosto de chamar de cerração a neblina da manhã. E chamo de neblina a cerração que surge no anoitecer. Achou confuso? Prefiro chamar a confusão mental de névoa ou nevoeiro. Se deu um branco ao tentar lembrar o que você foi buscar na cozinha, diga que “deu névoa”. É o mesmo branco, mas parece que a culpa da amnésia não é sua, é da meteorologia.

Perigoso

Cerração lembra tanto a Serra, né? Só não confunda as palavras e escreva serração. Aí  é serrar, cortar com serra. Subir a Serra e pegar cerração é perigoso pra dirigir. Como se não bastassem as curvas da estrada. Outro fenômeno tem acontecido seguido: pegar neblina de noite na freeway, a caminho da praia. Não faz o menor sentido misturar neblina e mar. Aliás, por que falamos “pegar neblina” (ou cerração), se não dá pra pegar? Neve, sim, pode pegar, jogar e brincar.

Neblina e cerração também significam umidade. Essa pega a gente de jeito. Para os alérgicos, não basta só respirar o ar úmido. Tem que espirrar, coçar os olhos, querer arrancar fora o nariz, tossir seco, sentir tudo entupido por dentro. Agora vamos voltar pra aquele momento lindo ao acordar (isso se a rinite alérgica te deixou dormir), abrir a persiana e ver tudo branquinho. Imagina que as nuvens desceram do céu e se espalharam por aí, loucas pra brincar de esconde-esconde.

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