Coluna da Maga
Magali Moraes e os dorminhocos
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Boa notícia pra quem ama dormir: ontem começou o inverno, com suas noites mais longas e convidativas pra se jogar embaixo das cobertas. Uma cama quentinha é o melhor sonífero. Mas os verdadeiros dorminhocos nem precisam de ajuda ou horário certo pra dormir. Tem até um meme sobre isso na internet: a cochileta, junção de cochilo com roleta russa. É cochilar correndo riscos, sem botar alarme, sabe-se lá quando vai acordar. Pode ser depois de 20 minutos ou de cinco horas.
Parece um sonho pra mim. Não posso me aventurar numa cochileta, por mais que inveje os dorminhocos. Se eu cochilar de tarde, tenho 99% de chances de não dormir à noite. Já fui aquela pessoa com sono de pedra. De uns tempos pra cá, qualquer ruído me acorda. E adormecer é sempre tenso. Pra mim, os quatro estágios do sono são: 1) Ih, hoje ferrou 2) E se eu forçar o bocejo? 3) Vou conseguir, vou conseguir, vou conseguir 4) Sigo fritando na cama ou levanto e desisto?
Roncar
Quem dorme fácil, de qualquer jeito, em qualquer lugar, me encanta e me irrita. Em questão de minutos, o sono profundo. E os que conseguem a façanha de roncar no sofá enquanto assistem a um filme bom? Nem o interesse pela história segura o sono. Parece feitiço, pode ser apenas cansaço ou então é narcolepsia: a sonolência excessiva que faz adormecer em vários momentos do dia, mesmo que tenha dormido bem à noite. Uns com tanto sono, outros com pouquíssimo. Vida injusta.
É recomendado criar rituais de higiene do sono pra desacelerar antes de dormir, como tomar um chá quente, evitar o uso de celular e ler um livro. Enquanto certas pessoas adormecem antes mesmo de terminar de dizer boa noite, outras arregalam os olhos como faróis acesos na escuridão. O aconchego do inverno pode funcionar como uma cantiga de ninar. O que os dorminhocos nunca vão experimentar é a felicidade máxima de despertar e perceber que já amanheceu… e você dormiu a noite inteira!!