Essa semana fui ver Divertida Mente 2, que estreou há pouco nos cinemas e já bateu recorde de bilheteria no Brasil. Se você pensa que é uma animação só pra crianças, eu te pergunto: existe idade certa pra conhecer as nossas emoções? Adultos, por favor, assistam. Pra ter uma experiência com mais riqueza de detalhes, antes eu revi Divertida Mente, lançado em 2015. Me emocionei relembrando situações que tocam fundo os pais de crianças (atenção spoiler!) que crescem rápido demais.

A menina Riley, personagem principal, agora entrou na puberdade e vive novas emoções. Junto à Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho, ela descobre a Ansiedade, Tédio, Vergonha e Inveja. A bagunça hormonal típica dessa fase também acontece dentro da cabeça (ou sala de comando) onde as emoções controlam tudo - e se descontrolam fácil. Adolescentes entediados, envergonhados, ansiosos e invejosos: isso poderia ser um filme de terror, mas a Disney e a Pixar sabem encantar.

Clareza

O pessoal está indo no cinema fantasiado das suas emoções preferidas, e eu achei isso maravilhoso. Sabe por quê? Na história, cada emoção tem uma cor. E na vida real, a gente não enxerga os sentimentos com tanta clareza. Ao escolher que personagem vai encarnar (tem muitas sugestões de looks nas redes sociais), a gurizada tem que pensar qual emoção a representa melhor. Não é só diversão, é identificação. Raiva? Bora pintar a cara de vermelho e conseguir uma gravatinha.

Os psicólogos comemoram, e com razão. Quando a gente tem consciência daquilo que sente e consegue nomear as emoções, todo mundo sai ganhando. Eu sou a Ansiedade, e foi bem didático assistir como ela age na narrativa. O quanto inferniza, atucana, acelera, antecipa problemas imaginários e até nos congela. O que não é nada divertido na prática. Fica a dica de programa pro fíndi (com pipoca). Somos todos a Riley, descobrindo como lidar com as nossas emoções, não importa a idade.

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