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Coluna da Maga

Magali Moraes: o papel do DG

Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

24/06/2024 - 07h00min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Pra mim, é dar espaço e oportunidade. Há mais de nove anos, o DG me oferece outra profissão: ser colunista. Me provoca a buscar novos assuntos pra vir aqui conversar e fazer parte da vida de tantas pessoas. Por causa dele, eu presto mais atenção em tudo que acontece ao redor. Virou um hábito, um super poder, um treino constante. É como se eu colocasse uma lupa em cima de todos os cantinhos pra enxergar melhor o dia a dia. Quando penso que já esgotaram as ideias, ele me obriga a olhar direito e descobrir um detalhe a mais do cotidiano. 

E pra ti, qual é o papel do DG? Informar, com certeza. Ajudar, aposto que sim. Mas sabemos que o Diarinho não é só um jornal. É um parceirão dos leitores. Uma grande companhia. Agora me permite o trocadilho: o papel do DG também é existir em papel. Estar fisicamente presente pra te esperar nas bancas, te encontrar nas esquinas, ser levado até a cozinha, ser carregado embaixo do braço, guardado dentro da bolsa e da mochila, ser aberto com as mãos, folheado, dobrado, recortado (viva os selinhos!), colecionado. E ser útil até depois que as notícias ficaram velhas. 

É por isso que hoje eu saí da contracapa e vim pra frente do jornal. Pra te receber de braços abertos, em nome de todos os colegas do DG. Estamos de volta na edição impressa, depois de tanto tempo! Sobrevivemos às enchentes. Tivemos perdas, como quase todos os gaúchos. E seguimos peleando. Chegou a hora de retomar a normalidade possível, respeitando as dores de quem ainda não conseguiu. E é justamente aí que o papel do DG se fortalece: fazendo o impossível pra alertar problemas, cobrar melhorias, esclarecer fatos, acabar com fake news, divulgar serviços, trazer informação. E entretenimento, leveza, alegria.

Retomada

Duvido que alguém consiga esquecer toda a tragédia que se viveu nesse famigerado maio. E nem podemos. Precisamos seguir buscando as soluções necessárias pra retomada econômica do RS. As marcas das paredes são mais fáceis de limpar do que as que nos marcaram por dentro. Lembra quando a pandemia de covid finalmente acabou, e tivemos que reaprender a não surtar se alguém espirrasse ao nosso lado? Reaprendemos a abraçar, beijar, apertar a mão, sentar próximo, conviver como pessoas normais (e não paranóicas). Minha pizzaria preferida até hoje segue com um hábito que começou na pandemia: junto com a pizza pedida, manda um bilhetinho carinhoso e otimista, escrito à mão. As máscaras faciais seguem em prontidão no fundo do armário, mas prefiro a segurança dos bilhetes.

Tomara que a gente continue se perguntando uns aos outros “Como tu está? E a tua família?” com verdadeiro interesse, e não no automático. Essas perguntas sinceras viraram um costume em meio à calamidade. Tirando a preocupação, eu adoraria que elas se mantivessem entre nós por muito mais tempo.  

Sabe que outro papel essa edição do DG tem pra mim? Vou guardar o jornal impresso pra mostrar no futuro aos meus netos. Como prova da famosa enchente de 2024, e principalmente da capacidade de recomeço. O ser humano é campeão nisso. Todos os dias, estamos recomeçando a nossa história.

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