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Zona Norte

Montanhas de lixo e escassez de luz e água dificultam retomada no Sarandi 

Maioria dos comércios segue fechada, e o sábado foi mais um dia de limpeza pós-enchente

10/06/2024 - 10h20min


Bianca Dilly
Bianca Dilly
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Apesar de a água ter baixado em diversos pontos do bairro Sarandi, Zona Norte de Porto Alegre, moradores ainda encontram dificuldades para a retomada. Na Vila Elizabeth, as ruas dividem espaço com montanhas de lixo ainda não recolhido, falta energia elétrica e o abastecimento de água está reduzido. A maioria dos comércios segue fechada, e o sábado (8) foi mais um dia de limpeza das residências.

Com as dificuldades no atendimento dos principais serviços, as pessoas não ficam no bairro durante a noite. Após um dia inteiro de muito trabalho, a família da diarista Adelina Marques, 63 anos, aguardava na avenida Faria Lobato o transporte por aplicativo para retornar à casa de uma das filhas, onde estão abrigados.

— Estamos desde sexta-feira limpando. Mais uma vez, ficamos umas dez horas nessa função, mas estamos sem luz e com pouca água. Vamos ter que voltar de novo para continuar. Perdemos tudo, estamos bastante cansados e estressados. A maioria dos lugares ainda está fechada — explica.

O fechamento dos comércios faz com que a comunidade tenha dificuldades para encontrar itens de limpeza e até para fazer refeições. A quantidade de marmitas distribuídas em doações reduziu, e não atende a todos que trabalham na região.

— Quando alguém precisa muito de algo, tem que ir em direção à Avenida Assis Brasil. Também está bem difícil de andar por aqui, porque o lixo está pelas ruas e em alguns lugares nem dá para passar. Fora que está todo mundo bem nervoso e até já vimos um acidente de carro — relata o supervisor de loja Alessandro Marques, 42, acompanhado da esposa, a dona de casa Maria Cristina Damaceno, 32.

Um dos estabelecimentos que conseguiu reabrir nos últimos dias é uma farmácia de rede localizada entre a Faria Lobato e a Rua 21 de Abril. Porém, no lado oposto da via, os portões de outro comércio do mesmo ramo seguem cerrados.

— Conseguimos voltar na segunda-feira (3), mas a água chegou a 1m40cm aqui. A perda foi de mais ou menos 20%, porque levamos muitas mercadorias para a parte mais alta, no mezanino. Agora, as pessoas vêm aqui buscar por doações de medicamentos e produtos de limpeza — conta o atendente de balcão José Carlos da Silva Queiroz, 35.

Jefferson Botega / Agencia RBS
Adelina, Maria Cristina e Alessandro não puderam ficar no bairro após o dia de limpeza.


O que dizem CEEE Equatorial, DMLU e Dmae

A CEEE Equatorial informa que está com equipes no bairro Sarandi e trabalha para recompor a energia elétrica o mais breve possível, “mesmo com as dificuldades que muitos locais apresentam, como carros e lixos nas ruas dificultando o acesso à rede”, diz, em nota. Conforme a concessionária, há uma análise técnica individualizada sempre que as condições técnicas e de segurança permitem.

Em relação ao abastecimento de água, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) comunica que o abastecimento no bairro Sarandi está com intermitências em razão do elevado consumo e da baixa vazão da Estação de Tratamento de Água (ETA) São João, que atende ao local.

Sobre o recolhimento dos entulhos, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) informa que pontos do bairro Sarandi fizeram parte da força-tarefa realizada em 22 áreas da Capital neste sábado. Entre eles, Vila Elizabeth, Vila São Borja, Vila Nova Gleba, Vila Santo Agostinho e Avenida Bernardino Silveira Amorim.


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