SEU PROBLEMA É NOSSO
Transplante marcado após realização de exame
Em março, mãe de João Henrique fez um pedido para os leitores do Diário Gaúcho e, agora, menino conseguirá fazer transplante.
Há cerca de três meses, Ana Paula Machado Soares, mãe de João Henrique, de sete anos, e Davi, de dois, compartilhou um pedido com a reportagem Diário Gaúcho. O seu filho mais velho sofre de aplasia por anemia de Fanconi e estava com um transplante de medula óssea previsto. O doador seria seu irmão, que era compatível. No entanto, era necessário a realização de um exame no setor privado, para aferir se Davi também tinha a doença, o que impossibilitaria o procedimento.
Com a ajuda dos leitores, o exame cromossômico foi realizado e o caçula não tem o diagnóstico. Sendo assim, o transplante de João Henrique ocorrerá nas próximas semanas.
A cirurgia será realizada no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, no Paraná. Segundo Ana Paula, o local foi indicado pelos médicos que acompanham o garoto em Porto Alegre, por ser referência em transplantes pediátricos no país. As passagens aéreas das duas crianças, da mãe e do pai dos meninos foram custeadas pela Secretaria Estadual de Saúde, após um longo processo de envio de documentos. Com o Aeroporto Internacional Salgado Filho fechado, a família se deslocou, a partir da base aérea de Canoas, primeiro para São Paulo e, depois, para o seu destino final no Paraná.
Assim que chegou em Curitiba, no último domingo, João Henrique iniciou as sessões de quimioterapia para preparar seu organismo para o procedimento. Seu irmão, Davi, chegará no dia 22 e, após uma semana, voltará para Igrejinha com seu pai.
João Henrique, porém, após receber a medula, ficará 30 dias internado, junto com sua mãe. Depois desse período, os dois ficarão na casa de apoio do hospital por mais 70 dias, para caso haja algum imprevisto com o transplante.
Doações
Ana Paula conta que, durante esses meses em Curitiba, terá que utilizar seu dinheiro para arcar com o custo de vida em outro Estado, por isso, ainda precisa de doações.
– Tudo que eu precisar de higiene, alimentação por fora, eu tenho que custear do meu bolso. Qualquer valor já ajuda muito – descreve a mãe dos meninos.
Ela relata que, assim que a reportagem foi publicada no Diário Gaúcho, na edição do dia 28 de março, já começou a receber doações em sua conta bancária. Segundo a mãe, muitas pessoas a telefonaram para confirmar a chave Pix e, posteriormente, enviar o dinheiro.
A mãe conta que a ajuda veio de forma rápida, e que não tem palavras para agradecer tamanha solidariedade e gentileza. Para ela, poder ver seu filho melhor depois de tanto tempo traz um sentimento de alegria inacreditável:
– Eu estou muito feliz. Tudo, desde o diagnóstico, está dando certo. Está tudo no tempo certo, tudo andando direitinho. Eu só tenho a agradecer pela ajuda. A gente se sente abraçado. Eu me sinto muito feliz com a solidariedade das pessoas. A gente acha que nunca vai precisar e, quando precisa, sempre tem alguém para ajudar.
Relembre o caso
/// João Henrique foi diagnosticado com aplasia por anemia de Fanconi em dezembro de 2023, após uma consulta médica por conta de uma gripe. A médica que atendeu o garoto desconfiou de sua aparência pálida e realizou exames que confirmaram a suspeita. A partir desse momento, o tratamento com transfusão de sangue e medicamentos se iniciou.
/// Devido à doença, que causa imunidade baixa, o menino teve que parar de frequentar a escola e a mãe, de trabalhar.
/// O transplante de medula óssea curará João Henrique que, depois de passado por todo o processo, fará apenas consultas anuais. O doador será o seu irmão, Davi, que já tinha compatibilidade confirmada. Porém, na ocasião, era necessário realizar o teste de pesquisa de quebras cromossômicas, que demonstraria se o caçula teria a mesma doença de João, que pode ser hereditária. Como o caçula não tinha sintomas, o Sistema Único de Saúde (SUS) não possibilitava o exame, por isso, Ana Paula iniciou a arrecadação do valor do teste, de R$ 1.328 no sistema privado.
Como ajudar
/// Ana Paula e João Henrique precisam de ajuda para se manter em Curitiba após o transplante.
/// Doações podem ser feitas para o pix (telefone): (51) 99553-6426.
*Produção: Elisa Heinski